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Mensagem por druidadp Qua Dez 04, 2013 5:24 pm

Paulista escreveu:(...)

Sobre as dúvidas, tendo em mente o que eu sei, eu queria te perguntar, primeiro, se não é possível (quase) substituir o mestre por um conjunto exaustivo de regras, ou seja, retirar dele o máximo de arbitrariedade e depositar as decisões nas mãos de regras conhecidas e aceitas por todos.
Outra coisa. Pelo que sei, as personagens precisam ser estereotipadas (o mago, o ladrão etc). Não é possível pensar um RPG mais psicológico e menos "épico"? Onde o principal atributo dessa sociação* que é a mente dos integrantes, seja mais valorizado? Penso aqui nas histórias de "Shoujo", dos mangás, por exemplo. Tipo assim, se o bacana são os sujeitos da ação, porque não explorar mais os sujeitos e menos as ações?


* Esse é um conceito sociológico criado por Simmel. Que se aplica a certos agrupamentos humanos, guiados por determinados princípipios.
Olá Paulista, trouxe seu tópico pra cá, porque achei suas questões muito interessante e pode ser que elas sejam a dúvida de outros membros.
Acredito que pelo pouco contato que teve com o RPG você o veja como um simples jogo, onde temos regras a serem seguidas, o que na verdade não é.

RPG é jogado quando se brinca de faz de conta. Se você para com um amigo e na conversa com ele diz:
"Cara, imagina o mundo no apocalipse zumbi, o que você faria?"
"A primeira coisa seria ir em farmácias e supermercados, eu estocaria medicamentos e alimentos enlatados"

Ao fazer isso indiretamente você está jogando RPG. As regras são apenas um suporte para você saber o que fazer e o que não fazer.

Paulista escreveu:é possível (quase) substituir o mestre por um conjunto exaustivo de regras, ou seja, retirar dele o máximo de arbitrariedade e depositar as decisões nas mãos de regras conhecidas e aceitas por todos.
O mestre nada mais é do que a pessoa que conduz a história, que na maioria das vezes é a pessoa que conhece mais as regras do jogo (não necessariamente).
É possível retirar o mestre, sim e não.
Sim porque vocês podem criar na hora uma aventura coletiva, porém exigiria alta experiência, convivência entre os jogadores e criatividade ao extremo.
Não, porque é ele quem escreve a história.... não que a história seja linear, mas é ele que sabe das questões por trás da história.
Vocês podem sim jogar tudo com base nas regras, é o tipo de jogador que não aceita a palavra do mestre e sim a jogada de dados. Se os jogadores gostam de estratégia e menos história... ai sim é interessante, mas eu não recomendo, porque acho que a história no RPG é o mais importante e nesse caso, algumas vezes as regras atrapalham. O mestre está ali pra conduzir o jogo e as regras para criar as leis da física, mas como nos filmes, as leis da física podem ser burladas. É esse o papel do mestre no jogo.
Conduzir a história da melhor maneira possível sem retirar o "livre-arbitrio" dos jogadores.

Paulista escreveu:Outra coisa. Pelo que sei, as personagens precisam ser estereotipadas (o mago, o ladrão etc). Não é possível pensar um RPG mais psicológico e menos "épico"? Onde o principal atributo dessa sociação* que é a mente dos integrantes, seja mais valorizado? Penso aqui nas histórias de "Shoujo", dos mangás, por exemplo. Tipo assim, se o bacana são os sujeitos da ação, porque não explorar mais os sujeitos e menos as ações?
Neste momento você está tocando no ponto SISTEMAS. Principalmente o D&D, AD&D e OLD DRAGON, são sistemas divertidos, mas estereotipados. E neste caso não se encaixariam com o que deseja sem alterar as regras do próprio sistema.
Procure sobre GURPS ou até mesmo um sistema mais simples como o nosso DESBRAVADORES RPG (www.rpgbrasil.org)... existem vários outros sistemas que não criam estereótipos prontos.
Confere também Castelo Falkestein, que nem ficha de personagem tem direito, tudo é feito com base em diários.
E pra jogar RPG nem sistema você precisa, mas é ele que ajuda no quesito "física" do cenário onde joga. Te indico a leitura dos seguinte tópicos:

https://rpgbrasil.umforum.net/t2075-gns-e-ai-voce-sabe-oque-e-isso

https://rpgbrasil.umforum.net/t1852-falando-de-rpg

Estamos aqui para isso, se precisar esclarecer algo mais fique a vontade. Wink
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Mensagem por MilkShakespare Qui Dez 05, 2013 12:42 pm

Entendi bem do que se trata a tua dúvida, Paulista :

Como elaborar um sistema de regras autônomo que regula as ações dos personagens sem que nenhum deles esteja ausente na mesa e durante toda a campanha e que substitua o papel do narrador como mediador das circunstâncias dadas ?

Neste caso, cada um dos jogadores é ao mesmo tempo jogador e narrador. Não há necessidade de uma "tríplice distinção". Quanto à divisão social das classes de personagens... Bem, o que temos hoje de referência a qualquer função social é dada pela necessidade do trabalho em um dado período da história. São eles sistemas sociais de direcionamento ao qual cada pessoa tende a se adaptar ao meio em que vive pela facilitação do acesso às profissões e funções.

Explorar os sujeitos desaloja toda a classificação social por meio do trabalho. Portanto, um jogo mais "psicológico" é possível se você der ênfase às relações pessoais dos sujeitos com os sujeitos e não com o meio em que vivem; pois disto deriva a ação do personagem para produzir um movimento em seu entorno e não uma reação a ele. Isto requer personagens complexos (e cheios de complexos, principalmente) suas vicissitudes recíprocas, seus gostos e preferências, paixões, desafetos, dissabores, alegrias...

O Sr. Druida indicou o princípio do meio que afeta o sujeito. Você deseja um sujeito que modifique o meio em que vive. É a determinação do ambiente versus a determinação do sujeito não sendo um predicado do ambiente.

Mas toda história é uma modificação do meio pelo sujeito desde que não esteja determinado pelo narrador. O narrador não interfere nos personagens mas os modifica pelas propostas da história por ele elaborada.

Chacoalhar o psicológico dos jogadores através dos personagens só é possível se os jogadores desejarem o contrário do narrador pelos personagens. Lembre-se daquele personagem de um filme que você adorava e que morreu inesperadamente. Daí você diz cobras e lagartos do diretor, quer até mesmo bater no infeliz pelo que fez. Isto só aconteceu por que você se ENVOLVEU no personagem.

Quanto às regras, o narrador pode ficar de fora quando você e os outros jogadores têm um sistema para o jogo no qual todos concordem. As regras se confrontam naturalmente. Por exemplo, uma disputa entre os personagens pode ser decidida pelos dados(objeto) ou pelos dados(aptidões) de cada personagem. Tipo, você não iniciaria uma briga com um campeão de boxe sabendo que basta uma muqueta bem dada e é UTI na certa.

Quanto ao diálogo e as intenções isto é um pouco mais complicado. Neste caso, um outro personagem deve servir de mediador, como uma testemunha do que pode vir a ocorrer. Assim o próprio personagem se torna árbitro dos personagens e não um ser exterior a narração.

O narrador tem uma visão mais ampla que vai além do círculo restrito dos personagens. Ele tem a vantagem de preparar as cenas subsequentes e dar uma surpresa aos jogadores.

A teoria GNS é até simpatica, pois viabiliza a contextualização da personalidade do jogador com a do personagem. Mas ela não soluciona muitos problemas.

Uma dica : Se há um jogador briguento, o melhor meio de inclui-lo é deixá-lo extravasar a agressividade por meio de provocações e xingamentos. Acredite, isto é mal-educado mas funciona. Dê-lhe expectativa de que logo, logo o pau vai quebrar. Este jogador aprecia grosseria então xingue-o bastante, provoque-o... acredite, gente assim se sente melhor.

Se há um jogador que gosta de profundidade dê-lhe a chance de conversar com personagens e questionar a atitude dos outros participantes. Intrigue-o até a paranóia completa.

Se há alguém que goste de impacto emcional você deve deixá-lo à vontade na mesa que ele vai se sentir melhor com os outros e com a narrativa em si.

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Mensagem por Paulista Qui Dez 05, 2013 6:25 pm

Você entendeu bem, MilkShakespeare!! O que eu queria dizer é que, quando o mestre coloca os jogadores em situações inusitadas, isso pode ser "legalzinho", mas, no fundo, não é tão bom quanto deixar as coisas acontecerem segundo uma "estrutura de eventos".
Vou falar isso, da maneira que estou pensando, ok!!

Eu estava fazendo referencia a uma coisa que acontece no RPG em função de existir um mestre. Já que todo mundo gosta de comparar RPG e teatro, eu estava pensando no Teatro Grego, ok! Estava pensando num problema muito comum nessas histórias, que é um problema geral, da literatura e que afeta até mesmos o cinema.
A palavra é "Deus Ex-Machina". Isso quer dizer "o deus fora da máquina", porque, no teatro grego, quando o dramaturgo se embananava, ele içava com guindaste um ator (que fazia o papel de algum deus) e esse personagem, surgido do nada, simplesmente "colocava as coisas em ordem".

Vamos a dois exemplos:
1) A Fênix do Filme do Harry Potter, que traz a espada pra ele lutar com o Basilisco (e ganhar);
2) O computador-chefe que aceita negociar a paz com Neo, por mais ilógico que isso possa parecer (computador que chamava exatamente "Deus ex-Machina").

Cara, esse tipo de situação é uma ofensa à nossa inteligência!!
Não é possível estruturar tudo direito??

Agora, um exemplo de enredo perfeito, sem nenhuma solução caída do céu.
No mangá "Shigurui", que tem a estrutura de uma novela francesa, Seigen e Gennosuke estão duelando: o primeiro é cego e o outro não tem um braço. O Ryuu (estilo) do Seigen era insuperável porque consistia em alongar sua espada até um comprimento que não permitia nenhum contra-ataque dentro daquele alcance; e não tinha defesa porque, além de vir de baixo (como no Kamae do Metal), tinha uma velocidade e força impressionantes; em resumo, era o melhor Ryuu possível. Ah! O Ryuu se chamava “Mumyou Sakanagare” .
Voltando ao duelo, nós tínhamos a seguinte situação: o Seigen com a espada enterrada, pronto para desferir o “Mumyou Sakanagare” – o principal defeito desse Ryu era que, uma vez desfechado, dificilmente, durante um combate, o usuário conseguia voltar à posição inicial; para poder utilizar o Ryu numa segunda ocasião.
O Gennosuke sabia disso. Ele tinha perdido um braço para aprender isso. O que ele faz então é lançar sua katana e, ao forçar o Seigen a desfazer a posição do Mumyou, ele ataca com a wakizashi (espada auxiliar e menor) que tinha na cintura.
Para piorar, o maluco do Tadanaga (o chefão) pede pra ele cortar a cabeça do Seigen, usando apenas a wakizashi (e tendo só um braço). Essa cena é perfeita porque, além de destruir a honra do vencedor (o Gennosuke), colocou ele numa situação quase insolúvel, pois a força para se cortar a cabeça de alguém, apoiada no chão, com um braço só, é quase inconcebível. Esse é o tipo de enredo meticulosamente construído.

Eu sei que um enredo fechado (como na literatura) não é o caso do RPG. Mas vamos pensar na termodinâmica. vamos pensar nos "Sistemas Abertos". O que ele faz para se manter "funcionando direito", se ele recebe flutuações aleatórias de "input"? Como ele se mantêm "ele mesmo"? A resposta é: suas leis não variam.
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Mensagem por MilkShakespare Sex Dez 06, 2013 10:54 am

Mítico !
Cara, você narrou uma das minhas técnicas preferidas dos espartanos. Eles, ao usarem a lança, permitiam ao adversário agarra-la. Enquanto o inimigo segurava a lança ele a soltava dava um ou dois passos em direção ao adversário, sacava a espada e... Tchac! A cabeça do inimigo girava pelos ares com ares de dúvida e pasmo. Fantástico.
Certa vez eu fiz isto com um lutador de Kung-Fu e o cara ficou perplexo enquanto os outros riam muito da cara dele... He he ! Ele agarrou a lança e eu estava não na posição normal (eu luto sempre com o pé direito na frente, isto dá a impressão de eu ser canhoto e não destro). Daí eu "dei" a lança para ele agarrar porque sabia que não tinha muitas chances. Como ele agarrou a lança e eu estava no "contrapé" -ele mantinha o pé esquerdo na frente e usava o direito para apoio- eu entrei na defesa dele praticamente tendo a lança como defesa; saquei a espada e dei-lhe um golpe fatal no pescoço - isto foi uma luta simulada, mas a reação foi real !
Eu tive tempo suficiente para percorrer a distância da ponta da lança que eu segurava até a outra ponta e ele nem reagiu ! Coitadinho dele se fosse verdade a luta !
Cara, eu nunca li este mangá mas eu fiz algo igualzinho...

Agora, partindo desse exemplo, o que me levou a adaptar a circunstância foi notar que a lança mantém o adversário afastado. Mas se ele for ágil pode se desviar do golpe e\ou agarrá-la - como nosso amigo jamais fará - ou aproveitar a arma como um empecilho ao adversário para contra-atacar. Nisto eu já tinha em mente a arma secundária. Todavia, se ele contra-atacasse ou agarrasse a luta corria a meu favor.

Isto em D&D chama-se Ataque de Oportunidade, ou contra-ataque.

Note que sempre deves ter em mente algo preparado tendo em vista as suas fraquezas e nunca superestimar a sua força nem subestimar a fraqueza do adversário !

Quanto às personagens, o cenário Era oferece algo bacana. Em uma das conversas com o administrador ele me disse que seu desejo era aproximar o cenário da realidade. Isto é ótimo, pois aquele ladrão estereotípico pode não ser tão bom ladrão assim : ele pode ser procurado em todas as cidades não porque é um bom ladrão - se o fosse ninguém saberia quem ele é !- mas porque tentou roubar e não conseguiu !
Ou aquele guerreiro que tem fama de forte... vai ver que é uma histótia tão mal contada que acabou virando uma lenda !
Ou o mago incompetente. Todos o temem... por não conseguir prever nada e suas magias são um fiasco. Ele só é procurado pelo temor que a superstição das pessoas causa e sua crença irracional !

Cara, RPG é divertido. E trabalhar a mediocridade dos personagens é ainda melhor. Só não pode abusar para não ficar ridículo.

Quanto ao Deus ex machina, a intervenção divina só mesmo se alguém, por puro acaso, ou melhor, involuntariamente, fez algo antes que cuminou em uma salvação inesperada.

Quando eu trabalhava com vendas meu patrão dizia :

" Você faz tudo errado dar certo !" E eu nem sei como...
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Mensagem por Paulista Sex Dez 06, 2013 7:44 pm

MilkShakespare escreveu:
................
Agora, partindo desse exemplo, o que me levou a adaptar a circunstância foi notar que a lança mantém o adversário afastado. Mas se ele for ágil pode se desviar do golpe e\ou agarrá-la - como nosso amigo jamais fará - ou aproveitar a arma como um empecilho ao adversário para contra-atacar. Nisto eu já tinha em mente a arma secundária. Todavia, se ele contra-atacasse ou agarrasse  a luta corria a meu favor.

Isto em D&D chama-se Ataque de Oportunidade, ou contra-ataque.

Note que sempre deves ter em mente algo preparado tendo em vista as suas fraquezas e nunca superestimar a sua força nem subestimar a fraqueza do adversário !

Quanto às personagens, o cenário Era oferece algo bacana. Em uma das conversas com o administrador ele me disse que seu desejo era aproximar o cenário da realidade. Isto é ótimo, pois aquele ladrão estereotípico pode não ser tão bom ladrão assim : ele pode ser procurado em todas as cidades não porque é um bom ladrão - se o fosse ninguém saberia quem ele é !- mas porque tentou roubar e não conseguiu !
Ou aquele guerreiro que tem fama de forte... vai ver que é uma histótia tão mal contada que acabou virando uma lenda !
Ou o mago incompetente. Todos o temem... por não conseguir prever nada e suas magias são um fiasco. Ele só é procurado pelo temor que a superstição das pessoas causa e sua crença irracional !
..................
Quanto ao Deus ex machina, a intervenção divina só mesmo se alguém, por puro acaso, ou melhor, involuntariamente, fez algo antes que cuminou em uma salvação inesperada.
....
Na verdade, o Kendo (luta, "de verdade", com espada) valoriza muito o contra-ataque.
O "Mumyou Sakanagare", como eu disse, lembra a "Postura do Metal", porque a espada fica abaixada; embora na Postura do Metal, ela fique escondida também. O Seigen enfiava a espada no chão e, quando o adversário entrava no alcance dele, ele se jogava no chão deslizando a espada (lembre que ele era cego) e subindo com ela; como numa tacada de golfe.
O diferencial é que os ataques (do Kendo) se baseiam na "Postura do Fogo" e, portanto, nos ataques normais, a espada desce sobre a vítima; ao invés de subir (como no caso do Mumyou Sakanagare). Por isso não existia nenhum método eficiente de contra-ataque, contra o Mumyou! Ninguém esperava a espada vindo de baixo ("Sakanagare", em japonês, significa "fluxo invertido).

Voltando ao assunto.
O "Deus Ex-Machina' é um procedimento do teatro. Uma tradução não-literal muito adequada seria: o "Dono da Bola". Entendeu?
Quem manda faz as regras e, nesse caso, o mestre no RPG faz as regras.
Bem!! nem sempre, né!?
"Deus Ex-Machina" é isso. O narrador perde a noção do enredo, se embanana e, do nada, inventa uma solução mirabolante.
A pergunta que faço é: porque não deixar as regras determinarem os acontecimentos?
O exemplo mais batido possível: você está lutando lá, e vence! Blz!! Mas vem o "Dono da Bola" e joga um dragão em cima de você: um dragão gigante, mas que passou despercebido até aquele momento.
Isso é "Deus Ex-Machina".

Agora sobre os estereótipos... Eu me lembro aqui, dum prefácio do "Torrieri Guimarães" (eu acho), onde ele analisava o método utilizado por Dostoievski (o maior escritor de todos os tempos) e a argumentação era mais ou menos essa: "os inumeráveis e conflituosos fatos que afetam o sujeito enquanto ele não faz nada".
Bem. Como você deve saber, a técnica do Dostoievski ficou conhecida (e consagrada) com o nome de "Análise Psicológica". O que o Dostoievski fazia era justamente o que estou questionando no RPG: ele se concentrava nas batalhas, nas convulsões, nas certezas e paixões que se passavam dentro das personagens; mesmo quando, na prática, elas não faziam nada de mais.
No RPG você tem um bando de loucos fazendo revoluções e batalhas mentais, mas se passando por reais!!
Pou! Porque não extrair da própria mente sua força, ao invés de fingir que não é a mente (mas o mundo), o que expressa toda a força do RPG??
 
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Mensagem por MilkShakespare Qui Dez 12, 2013 4:02 pm

Bem, Paulista.
Eu não sou fã de mangás, e odeio animes; mas não tenho nada contra quem gosta. (Esta é uma opinião pessoal de gosto literário).
O jeito que você escreve me parece familiar, uma curiosidade é as palavras sublinhadas... mas deixe estático, por enquanto.
"
A sua última frase... bem, para uma personagem complexa, não bastaria uma história de vida repleta de conflitos e reveses; para ir além do invólucro, uma penetração viceral no âmago recôndito do cerne da essência do ente fantasioso, bastaria uma descrição do estado emocional do indivíduo feita pelo jogador enquanto o personagem está... refletindo ?

Isto traria à tona o conteúdo psicológico de uma vida inteira - que é narrada pelo personagem- ao narrador ?

Quanto ao deus ex machina, você se refere à concepção aristotélica de intervenção divina (maravilha, ou milagre) no enredo? Mas isto não é perfeitamente aceitável em uma narração "real" ? Leia : "O espaço e o tempo em Dostoiévski são analisados às vezes como "discretos, onde o inesperado não apenas é possível como também sempre se realiza". Como?

A solução que posso apresentar é esta : O jogador descarrega suas tensões através do personagem mediante uma incorporação do curso dos acontecimentos do personagem transubstanciados em sua vida.

"O quê ?"

"Aufheben" :" Em alemão aufheben significa supressão e ao mesmo tempo manutenção da coisa suprimida. O reprimido ou negado permanece dentro da totalidade.
Esta contradição não é apenas do pensamento, mas da realidade. Então, tudo está em processo de constante devir."

Não sei se é possível uma dialética consubstanciada neste ponto; mas eu vejo que você está para explicar um fato ainda desconhecido por nós, RPGistas. Espero participar desta "maravilhosa" descoberta !

Seria uma idéia reprimida e negada, que está anulada dentro da validade da personagem no jogo de RPG ?

Onde reside a inspiração pura para interpretar uma personagem Dostoiévskiana ?
Nos mitos que a alma se recusa a acreditar e por isso sofre horrores por ter se distanciado da "realidade" oculta pelo real ?

Quais os fatos reais que nos transtornam e nos tornam escritores sem querer ? Quais os escritores que transtornam os fatos para nos tornarem reais sem querer ?
Quais os transtornos que os escritores, sem querer, tornam fatos ?



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Mensagem por Paulista Seg Dez 16, 2013 2:50 pm

MilkShakespare escreveu:.......
A sua última frase... bem, para uma personagem complexa, não bastaria uma história de vida repleta de conflitos e reveses; para ir além do invólucro, uma penetração viceral no âmago recôndito do cerne da essência do ente fantasioso, bastaria uma descrição do estado emocional do indivíduo feita pelo jogador enquanto o personagem está... refletindo ?

Isto traria à tona o conteúdo psicológico de uma vida inteira  - que é narrada pelo personagem-  ao narrador ?

Quanto ao deus ex machina, você se refere à concepção aristotélica de intervenção divina (maravilha, ou milagre) no enredo? Mas isto não é perfeitamente aceitável em uma narração "real" ? Leia : "O espaço e o tempo em Dostoiévski são analisados às vezes como "discretos, onde o inesperado não apenas é possível como também sempre se realiza".  Como?

A solução que posso apresentar é esta : O jogador descarrega suas tensões através do personagem mediante uma incorporação do curso dos acontecimentos do personagem  transubstanciados em sua vida.

"O quê ?"

"Aufheben" :" Em alemão aufheben significa supressão e ao mesmo tempo manutenção da coisa suprimida. O reprimido ou negado permanece dentro da totalidade.
Esta contradição não é apenas do pensamento, mas da realidade. Então, tudo está em processo de constante devir."

Não sei se é possível uma dialética consubstanciada neste ponto; mas eu vejo que você está para explicar um fato ainda desconhecido por nós, RPGistas. Espero participar desta "maravilhosa" descoberta !

Seria uma idéia reprimida e negada, que está anulada dentro da validade da personagem no jogo de RPG ?

Onde reside a inspiração pura para interpretar uma personagem Dostoiévskiana ?
Nos mitos que a alma se recusa a acreditar e por isso sofre horrores por ter se distanciado da "realidade" oculta pelo real ?

Quais os fatos reais que nos transtornam e nos tornam escritores sem querer ? Quais os escritores que transtornam os fatos para nos tornarem reais sem querer ?
Quais os transtornos que os escritores, sem querer, tornam fatos ?


Para entender Dostoievski (e lembre-se que ele começa a escrever em 1840) devemos ter em mente que ele inicia sua carreira em meio à escola do Realismo (dominante).
O Realismo busca revelar, como o nome já diz, a realidade, certo?! Nessa revelação da realidade, o escritor busca ser o mais fiel possível aos modelos (as médias), para causar no leitor a impressão de que ele conhece perfeitamente aquilo que está escrito (não existe nenhum improviso e nenhum “Deus ex-Machina”).

O que o Dostoievski faz é se distanciar dos modelos. O modelo de ladrão, o modelo de pai, o modelo de político etc. Para se distanciar do modelo, ele mostra como o personagem é por dentro: suas dúvidas, suas contradições, suas virtudes etc. Dostoievski se notabilizou por uma capacidade única de mostrar como o sujeito é complexo e como a relação desse sujeito com o mundo é conflituosa.

Eu não sei como isso se daria no RPG (sou especialista em literatura e não em RPG), mas o fato é que os jogadores são portadores de uma potência muito pouco explorada: um psiquismo. Ao invés disso (de lidar com o psiquismo) o RPG se concentra em exercícios de linguagem. Talvez se o conteúdo “factual” (“guerras, fomes, discussões dentro dos edifícos” – retirei essa parte de um poema do Drummond) fosse simplificado e abrisse espaço para os pensamentos dos jogadores (sem, contudo, externalizar todos os pensamentos), pudesse haver um enriquecimento do jogo. Não sei.

Sobre a manutenção do contraditório que você citou (e Hegel), eu acho que estou pensando em algo mais simples. Até mesmo porque o RPG tem um “plano” actancial (das ações) e nesse plano, as coisas seguem um curso lógico (verossimilhança). As contradições permanecem, entretanto – digamos – no coração dos sujeitos.

Você faz perguntas demais, brother! Como eu posso responder se estou tão no escuro quanto você?
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Mensagem por MilkShakespare Qui Jan 23, 2014 6:57 pm

Se este for o seu caso apenas- e se todo o mal do mundo fosse a certeza de que precisamos nos distanciar de padrões para formar padrões- as minhas dúvidas esclareceriam o mistério que se mostra-nos tão impenetrável.
Eu suponho que em um único dia não poderemos resolver todos os problemas do mundo; há de ser-lhes necessário a plena interação e inteiração entre os sujeitos e os predicados. Os sujeitos simples são compostos pelos predicados à proporção de se verem inclusas na ação. Se não for assim o primeiro princípio falha.,
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Mensagem por draculino Dom Jan 26, 2014 1:56 pm

MilkShakespare escreveu:Se este for o seu caso apenas- e se todo o mal do mundo fosse a certeza de que precisamos nos distanciar de padrões para formar padrões- as minhas dúvidas esclareceriam o mistério que se mostra-nos tão impenetrável.
Eu suponho que em um único dia não poderemos resolver todos os problemas do mundo; há de ser-lhes necessário a plena interação e inteiração entre os sujeitos e os predicados. Os sujeitos simples são compostos pelos predicados à proporção de se verem inclusas na ação. Se não for assim o primeiro princípio falha.,

Milk, prazer em ver minha dúvida refletida em teu pensamento. Um forte abraço!!!!
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Mensagem por MilkShakespare Ter Jan 28, 2014 1:24 pm

Paulista...
"São nos recônditos escuros do globo, os lugares desertos, no ermo, onde se veem melhor as estrelas. Não sei se lhes é manifesta a minha existência; embora eu lhes contemple a grandeza, mesmo sabendo que algumas já não mais existem. Ah... ah... ah... grande tolo que sou. Olho o cosmos embevecido, não obstante minha presença em nada se compare à inexistência dos sonhos que elas suscitam".

Precisamos pensar, Paulista.

Uma das características destes escritores é exprimir a realidade em que viviam, correto ? Mas, um fato notável e espantoso é o de que, até mesmo em Victor Hugo (Os miseráveis; comecei a lê-lo há pouco) os protagonistas são todos belos e formosos, conquanto sejam paupérrimos misérrimos (Uau!).
Dostoiévski (comecei a lê-lo há pouco também!), como poucos, não tende a prender a atenção do leitor ao seu texto. Muito pelo contrário, o leitor é que se esforça por entender o desiderato das personagens.

Em uma partida de RPG, as personagens são dinâmicas. Não seguem um texto pronto, mas são conduzidas pelo enredo. Ainda têm autonomia por parte dos jogadores, mas estão determinadas às peripécias da estória.
Certa vez um amigo, em um de seus devaneios, objetou o determinismo. Eu expliquei a ele que mesmo que fizesse algo, este algo estaria determinado pelo desejo de ver a coisa realizada. Ele não compreendeu como alguém ( Deus ex machina) poderia antever as minha ações e julgá-las por isso. Ele ainda não compreendeu como tudo está determinado. Disse-lhe que a determinação não vem antes dele realizar algo de ruim; vem, sim, depois dele tê-la concluído. O determinismo é um momento onde não mais agimos e nos vemos diante de nossas escolhas.

O Deus ex machina é um tipo de recurso onde o narrador traz harmonia à estória. Não é louvável empregá-lo em um jogo "realista". No jogo realista, como o quer que seja, há muitos recursos úteis, tanto na criação e elaboração da estória, como no desenrolar da própria estória.

Não é curioso o trecho onde Raskohlnikov, diante de Porfíri, fala com orgulho de seu artigo sobre o comportamento de uma pessoa prestes a cometer um crime?
Ele se esquecera por completo do que havia feito e acabou por concretizar a sua hipótese.
Não será estas antecipações de que o narrador pode-se valer para não intervir como "deus" na trama ?

Como especialista em literatura eu respeito e admiro as suas opiniões, que expôs com clareza e simplicidade.
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Mensagem por Paulista Qua Jan 29, 2014 12:17 am

MilkShakespare escreveu:Paulista...
.......
Uma das características destes escritores é exprimir a realidade em que viviam, correto ?..................................................................................................................................................
Em uma partida de RPG, as personagens são dinâmicas. Não seguem um texto pronto, mas são conduzidas pelo enredo. Ainda têm autonomia por parte dos jogadores, mas estão determinadas às peripécias da estória.
Certa vez um amigo, em um de seus devaneios, objetou o determinismo. Eu expliquei a ele que mesmo que fizesse algo, este algo estaria determinado pelo desejo de ver a coisa realizada. .................................................................................

Não é curioso o trecho onde Raskohlnikov, diante de Porfíri, fala com orgulho de seu artigo sobre o comportamento de uma pessoa prestes a cometer um crime?
Ele se esquecera por completo do que havia feito e acabou por concretizar a sua hipótese.
Não será estas antecipações de que o narrador pode-se valer para não intervir como "deus" na trama ?

..............................

Voce escreve bem paporra mermão!!

Seguinte.
Primeira coisa é que sou historiador (para ser mais específico, minha área é História Social do Trabalho e Movimentos Sociais).
Agora o que interesse então!
Escritores se prendem ou não se prendem à realidade. Eis um ótimo exemplo:
"Alumbra lume de alume, Lusbel de pedra-lume! Como zumbido nos ouvidos persistia o rumor dos sinos chamando para reza, malduplestar da luz na sombra [...]" (ASTURIAS, M. A. O Senhor Presidente; Prêmio Nobel de Literatura de 1967)
Às vezes a questão é meramente descritiva. Em história, costumamos dizer que "descrevemos, interpretamos e analisamos".
A literatura pode ser mais descritiva ou... menos descritiva (como nesse exemplo do livro genial do Asturias).
Peguei o Asturias, mas poderia pegar o Guimarães Rosa para você entender que literatura é a soma de duas coisas: descrição e a linguagem.
Às vezes o escritor se dedica à linguagem; em literatura dizemos que a "mensagem se voltou para dentro". Ponto.
Não vou me estender nisso. Se você quiser, depois eu continuo.

Vamos falar de determinismo.
Primeiro de tudo é que no RPG nós podemos descontar a linguagem. Você citou um cara aí, que tinha uma linguagem muito densa (o Dostoiévski). Por outro lado, o Vitor Hugo não era de uma linguagem elaborada, mas primava pelas descrições.
Você deve saber que ele era da Escola romântica e que fazia também um tipo de "romance de tese".
Mas vamos falar do determinismo.

Tem um livro espetacular da Hannah Arendt, que se chama "Eichman em Jerusalém - relato sobre a banalidade do mal".
É um livro (acadêmico) sobre a condenação à morte de um nazista famoso.
Esse livro, entre outras coisas, demonstra o seguinte: todas as ações estão circunscritas às circunstâncias (isso é óbvio), mas estão circunscritas também ao sentido da ação. Isso sim é muito importante.
O Eichmann era um funcionário público que cumpriu com zelo suas funções (no caso, seu trabalho era enviar os judeus para a morte).
As questões são: de que o Eichmann pode ser acusado? e porque os judeus chegavam pontualmente nos trens que os levariam para morrer nos campos??
Eles estavam "determinados" a isso!! Não era uma questão de não ter nenhuma outra opção! O lance é o seguinte: a "liberdade" deles dependia de escolhas que estavam circunscritas pelo conhecimento dos fatos (conhecimento sempre limitado) e pelo "julgamento" dos fatos (e o julgamento depende de seus valores). Você está entendendo?

O problema que eu vejo com o artifício do "deus ex-machina" é a falta de coerência dele com os conhecimentos (dos atores) e valores (dos atores tambem). Tipo, esses atores sociais estão cravados num contexto (entendeu), como o Eichmann estava enterrado no "Dritte Reich" alemão. Estão "enraizados" (em sociologia se diz: "embeddedness").

Me diz se está entendendo e me explica melhor essa passagem aí, do Raskólnikov.
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Mensagem por MilkShakespare Seg Fev 10, 2014 10:57 am

Nossa, explicar literatura a um literato... Isto é ironia, mas eu vou tentar me fazer entender :

Raskólnikov é um homem que se põe em lugar dos outros, tanto que ele mal consegue se comunicar consigo mesmo. Ele vive pensando em como fulano é e suas motivações. É um conhecedor das aspirações humanas.
O diálogo dos dois homens no bar o leva a cometer o seu crime. Ao ouvir o desabafo do homem no início do livro ele tende à piedade para com seus familiares, tanto que a filha do defunto que ele custeia o funeral o comove e ele se põe em lugar dela para entendê-la. "Por que esta criatura miserável ainda não deu fim a seu suplício ?"
Ele destrincha o propósito do pretendente de sua irmã e o reapresenta como um "cafajeste"; ele sonda Porfíri e o evita; confunde Rhazumíkin... ele vive na pele dos outros ! Mas... com suas próprias intenções?
A impressão que eu tenho é a de que ele conduz toda a vida de seus circunjacentes. ele é o narrador de sua própria história, cujo enredo o têm de cor.
Ontem eu estava na escola, e um universitário propôs um assunto sobre política. Por horas conversamos sobre a influência que a imagem dos governantes opera na opinião pública. Bem, após a discussão fomos tomar água e o galão estava vazio. Ele o tomou e foi enchê-lo; mas eu propus uma segunda alternativa : que ele fosse até outra torneira enchê-lo. Bem, por fim, o cara não só foi aonde eu o mandei como também lavou o galão e o carregou para mim enquanto eu dizia a ele, com a maior crueldade, que era isso que é influência : ele lavou, encheu, carregou o galão numa torneira que eu escolhi; fê-lo a contragosto e sabia que eu estava folgando às suas custas... e eu ainda por cima tomei água sem sair do lugar. Esta tarefa deveria sem realizada em etapas distintas feitas pelos dois, mas...
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Mensagem por Paulista Sex Fev 14, 2014 11:55 pm

MilkShakespare escreveu:................................

Raskólnikov é um homem que se põe em lugar dos outros, tanto que ele mal consegue se comunicar consigo mesmo. Ele vive pensando em como fulano é e suas motivações. É um conhecedor das aspirações humanas.
O diálogo dos dois homens no bar o leva a cometer o seu crime. Ao ouvir o desabafo do homem no início do livro ele tende à piedade para com seus familiares, tanto que a filha do defunto que ele custeia o funeral o comove e ele se põe em lugar dela para entendê-la. "Por que esta criatura miserável ainda não deu fim a seu suplício ?"
Ele destrincha o propósito do pretendente de sua irmã e o reapresenta como um "cafajeste"; ele sonda Porfíri e o evita; confunde Rhazumíkin... ele vive na pele dos outros ! Mas... com suas próprias intenções?
A impressão que eu tenho é a de que ele conduz toda a vida de seus circunjacentes. ele é o narrador de sua própria história, cujo enredo o têm de cor...........

Ok!!
Agora entendi aquilo que você tinha sugerido no teu penúltimo post.
Primeiro de tudo, é sobre o livro do Dostoievski!
O livro, absolutamente inovador quando publicado, possui uma (digamos) estratégia.
A estratégia é aquilo que eu já disse: Dostoievski estava preocupado com os grandes acontecimentos da imaginação humana e não com fatos propriamente ditos.
Tem uma frase do historiador italiano (Giovanni Lévi), no começo do livro dele "Herança Imaterial", que era assim:
"Quero compreender tudo o que se passa quando não acontece nada".
Pou! Dá pra entender? Quantos roubos, quantos atos de heroísmo, quantos estupros, quantos raptos, quantos amores eternos e quantas mortes se desenrolam dentro da cabeça de um homem, ao longo da vida dele?!
Pois então! Era disso que o Dostoievski falava!

Quanto à questão da influência.. não é bem assim. Você deve se voltar à questão da técnica: Análise Psicologica.
Você não pode separar os "acontecimentos" do livro dos juízos de valor. Dostoievski sempre deixou isso claro!!
Não se trata de uma história, objetiva e tal, onde você pode recortar eventos, como o assassinato daquela velha e "pesar" o evento.
Tudo se mistura no texto de Dostoievski e, quando eu te falei em "estratégia", é justamente pra mostrar que o autor tem um interesse.
Nesse sentido, Dostoievski te encaminha para aquela interpretação. Raskolnikov não é um dos "seres extraordinários", ele não é uma pessoa que influencia. A influência vem do Dostoiévski. Ele empresta seu gênio ao personagem.
Por isso há quem diga que os livros são perigosos. O Hitler queimou um monte de livros, a Igreja Católica também.. e assim vai..

O que me deixa impressionado, é essa potência que existe por trás das ideias. É disso que eu falei, quando chamava tua atenção para aquela que acho que é a grande deficiência do RPG: não explorar essa potencia!

Obs. Sobre o lance da tua água e talz, quero te fazer uma pergunta: O que você acha que é o poder? te aviso que não estou me referindo à ideia superficial que as pessoas, de modo geral, fazem sobre o poder.
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Mensagem por MilkShakespare Sáb Fev 15, 2014 2:16 pm

Poder...
não vou dizer nada a respeito porque não quero revelar a fonte de minha potência.
Mas... explorar as ideias... isto é poder !
Têm algo mais a dizer, diga; eu estou com uma baita ressaca e mal consigo pensar hoje. Foi mal... Neutral 
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Mensagem por Paulista Dom Fev 16, 2014 1:13 pm

MilkShakespare escreveu:Poder...
não vou dizer nada a respeito porque não quero revelar a fonte de minha potência.
Mas... explorar as ideias... isto é poder !
Têm algo mais a dizer, diga; eu estou com uma baita ressaca e mal consigo pensar hoje. Foi mal... Neutral 

Vc é um fanfarrão!!
Nem me fala em porre, que tenho saudade do tempo que fui alcoólatra!!
Hoje em dia, se eu beber uma gela, meu figueredo vai pro saco.

Agora sobre o poder... Seguinte!!
eu percebi que voce estava indo por um caminho aí, que eu não sei se leva a algum lugar.
Quando voce falou de influenciar e talz, voce pode não ter percebido, mas estava pensando de um jeito
atomista e mecanicista.
Não estou te sacaneando, brother! Eu admiro suas intuições e teu conhecimento!
Mas é que a gente não nasce sabendo raciocinar, precisa desenvolver isso e aprende jeitos de pensar,
principalmente na escola e depois na faculdade. E dependendo da faculdade (não sei qual é o teu curso)
eles transmitem uma maneira cristalizada de pensar. Por exemplo, essa maneira atomista!!

Porque estou falando isso, né?
Porque há uma definição de poder, menos conhecida, porque é uma definição de vanguarda (inovadora)
que coloca o poder como uma "rede de reciprocidades"... Se preferir, pode chamar de "jogo".
Além disso, poder não deve ser confundido com Violência ou com Força.

Voltando ao começo. Eu estou me referindo ao episódio da água. O episódio no qual você sobrevalorizou
sua influência sobre aquela pessoa, e menosprezou as táticas dela.
Nessa rede que é o poder, você sempre ganha e perde, ao mesmo tempo.
Talvez voce tenha tido um ônus, que nem mesmo percebeu.
E isso também vale no RPG.
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Mensagem por MilkShakespare Dom Fev 16, 2014 2:23 pm

Paulista, você tem as respostas para tuas perguntas. Qual realmente é tua dúvida, pois se você nunca jogou uma partida de RPG, como pode falar em ausência de psicologia em uma partida ?
Estamos nos enveredando por rumos incertos que decerto não nos conduzirá a um bom termo.
Como não há "exploração de idéias" em uma partida ? Você não acha que no decorrer da narração, enquanto interage com a estória, o jogador não analisa constantemente seu personagem; tanto que decide o que fazer, que decisão tomar, etc., etc... ?
Ou você pretende desenvolver um método analítico para a compreensão desta aporia que é o mundo atual, uma "catepsina" que revela a composição das emoções que estão latentes no inconsciente e são as responsáveis por caturritar na mente coisas estranhas e incomuns ?
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Mensagem por Paulista Seg Fev 17, 2014 4:48 pm

MilkShakespare escreveu:Paulista, você tem as respostas para tuas perguntas. Qual realmente é tua dúvida, pois se você nunca jogou uma partida de RPG, como pode falar em ausência de psicologia em uma partida ?
Estamos nos enveredando por rumos incertos que decerto não nos conduzirá a um bom termo.
Como não há "exploração de idéias" em uma partida ? Você não acha que no decorrer da narração, enquanto interage com a estória, o jogador não analisa constantemente seu personagem; tanto que decide o que fazer, que decisão tomar, etc., etc... ?
Ou você pretende desenvolver um método analítico para a compreensão desta aporia que é o mundo atual, uma "catepsina" que revela a composição das emoções que estão latentes no inconsciente e são as responsáveis por caturritar na mente coisas estranhas e incomuns ?

Sim, mas jogar um pouco de D&D, em 1998. não me habilita a dizer que SOU JOGADOR DE RPG.
Eu estava tentando ser cordial, quando disse que não sabia nada de rpg.
Sei, mas é o mínimo.

Agora sobre "exploração" de ideias, acho que você ainda não entendeu qual é ponto.
Mas desencana brother! Como falam sabiamente no funk: cada um no seu quadrado".

Foi interessante ter conversado contigo mermão,

TaIg
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Mensagem por MilkShakespare Dom Fev 23, 2014 1:41 pm

Paulista escreveu:
MilkShakespare escreveu:Paulista, você tem as respostas para tuas perguntas. Qual realmente é tua dúvida, pois se você nunca jogou uma partida de RPG, como pode falar em ausência de psicologia em uma partida ?
Estamos nos enveredando por rumos incertos que decerto não nos conduzirá a um bom termo.
Como não há "exploração de idéias" em uma partida ? Você não acha que no decorrer da narração, enquanto interage com a estória, o jogador não analisa constantemente seu personagem; tanto que decide o que fazer, que decisão tomar, etc., etc... ?
Ou você pretende desenvolver um método analítico para a compreensão desta aporia que é o mundo atual, uma "catepsina" que revela a composição das emoções que estão latentes no inconsciente e são as responsáveis por caturritar na mente coisas estranhas e incomuns ?

Sim, mas jogar um pouco de D&D, em 1998. não me habilita a dizer que SOU JOGADOR DE RPG.
Eu estava tentando ser cordial, quando disse que não sabia nada de rpg.
Sei, mas é o mínimo.

Agora sobre "exploração" de ideias, acho que você ainda não entendeu qual é ponto.
Mas desencana brother! Como falam sabiamente no funk: cada um no seu quadrado".

Foi interessante ter conversado contigo mermão,

TaIg

Atenção!
Rapaz, o tom do texto acima pode deixar transparecer um pouco de grosseria; porém não é esta a minha intenção!
O mundo contemporâneo oferece a possibilidade de interação com todos os tipos de temperamentos e isto pode ser prejudicial se levado à jusante.
Um comentário :
"O que vemos hoje nas redes sociais, com relação aos comentários, é a polêmica expressão de uma ideologia particular em detrimento da ampla concepção de uma ideia comunal concreta. Não que as pessoas não saibam questionarem o modo de resolver as idiossincrasias filosóficas, de conciliar as ideologias e peneirar as formas ilusórias de uma opinião conflituante; mas é a avaliação feita pelo prisma de uma concepção incompleta ou mesclada pela quantidade de ideias fabulosas e sublimes. Uma história própria e independente dentro da conjuntura social que firma uma posição, uma gênese de uma ideia, ou uma quimera perfeita, uma falsa consciência, ou errônea. Os comentários aqui tem um caráter humanitário eficaz de acordo com a proximidade com a realidade que o sujeito experimenta e exprime através de sua consciência e de seus valores."

Uma sugestão para leitura :
https://rpgbrasil.umforum.net/t3098-a-liberdade-do-narrador-e-a-questao-da-livre-escolha

Aguardo uma posição tua a respeito disto, se te agradar.
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Mensagem por Paulista Qua Fev 26, 2014 2:08 pm

MilkShakespare escreveu:
Paulista escreveu:

Sim, mas jogar um pouco de D&D, em 1998. não me habilita a dizer que SOU JOGADOR DE RPG.
Eu estava tentando .............................................................

Atenção!
Rapaz, o tom do texto acima pode deixar transparecer um pouco de grosseria; porém não é esta a minha intenção!
O mundo contemporâneo oferece a possibilidade de interação com todos os tipos de temperamentos e isto pode ser prejudicial se levado à jusante.
Um comentário :
"O que vemos hoje nas redes sociais, com relação aos comentários, é a polêmica expressão de uma ideologia particular em detrimento da ampla concepção de uma ideia comunal concreta. Não que as pessoas não saibam questionarem o modo de resolver as idiossincrasias filosóficas, de conciliar as ideologias e peneirar as formas ilusórias de uma opinião conflituante; mas é a avaliação feita pelo prisma de uma concepção incompleta ou mesclada pela quantidade de ideias fabulosas e sublimes. Uma história própria e independente dentro da conjuntura social que firma uma posição, uma gênese de uma ideia, ou uma quimera perfeita, uma falsa consciência, ou errônea. Os comentários aqui tem um caráter humanitário eficaz de acordo com a proximidade com a realidade que o sujeito experimenta e exprime através de sua consciência e de seus valores."

Uma sugestão para leitura :
https://rpgbrasil.umforum.net/t3098-a-liberdade-do-narrador-e-a-questao-da-livre-escolha

Aguardo uma posição tua a respeito disto, se te agradar.

Tranquilão!!

O q eu queria dizer é meio assim, sabe! Q ñ devemos pilhar c/ "certos debates".
Você falou brevemente da tua experiencia e eu acho que posso te falar da minha, ok?!
Eu leio livros teóricos e talz, desde a adolescencia e já passei por várias fases.
Na ultima fase, quando eu estudei diteito e geografia, na faculdade eu pensava que aquele lance
de argumentação era tipo "moeda-de-troca", tendeu?
Eu pensava assim: cara, estou na Unesp, os caras são doutores e talz e devem ter lido mais do que eu!!
Eles podem debater paporra! E eu pensava assim, mas a decepção foi enorme.

Hoje, quase dez anos depois de terminar a faculdade, já passei pela decepção de fazer um mestrado
que não serviu pra nada e estou tipo fazendo o doutorado sem nenhuma convicção, mano!
Não acho que essa merda que estou estudando (a História Social) serve pra qualquer coisa.
Não sei nem se dá pra bolar um fininho com o papel do diploma desse doutorado?!?
Palavra, cara!!

Aí eu venho num forum falar sobre RPG, porque estou numa fase agora, de pensar sobre "jogos",
e se o diálogo não andar, eu penso assim "não andou e pronto".
Não vou brigar nem tentar convencer ninguém porque não acredito no valor da argumentação.
Não acredito no valor de uma conversa, sabe!?!
Mas assim, vou ler tua postagem ("a-liberdade-do-narrador-e-a-questao-da-livre-escolha")
e depois te falo o que achei, blz!

Tem sido interessante dialogar contigo, mermão!!
No mais é aquele negócio da música:  
Don't worry about a thing,
'Cause every little thing gonna be all right!
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Mensagem por Paulista Qui Mar 06, 2014 5:29 pm

Paulista escreveu:
MilkShakespare escreveu:
.......................................

Uma sugestão para leitura :
https://rpgbrasil.umforum.net/t3098-a-liberdade-do-narrador-e-a-questao-da-livre-escolha

Aguardo uma posição tua a respeito disto, se te agradar.


.....................................
Mas assim, vou ler tua postagem ("a-liberdade-do-narrador-e-a-questao-da-livre-escolha")
e depois te falo o que achei, blz!
...................................
................................

Só hoje consegui ler aquele post.
É aquilo que vinhamos dizendo, tem o mestre e talz e tem as regras.
Pensemos numa reta:

M <-----------------------------------------------------> R

O "M" é o mestre e o "R" são as regras. Cada RPG (penso eu) ocupa um ponto nessa reta.
Alguns privilegiam o mestre e outros as regras. A situação que eu considero ideal é se
aproximar o máximo de "R" e assim, tirar o máximo de poder decisório do mestre.

Se você pensar bem, o que estou falando se aproxima muito de regimes politicos.
Nesse caso que proponho, quanto mais poder o mestre possuir, mais ditatorial é o RPG
e quanto mais poder as regras possuírem, mais democrático é o RPG.
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Mensagem por darlan.santana.08 Qui Mar 06, 2014 6:23 pm

Paulista escreveu:Só hoje consegui ler aquele post.
É aquilo que vinhamos dizendo, tem o mestre e talz e tem as regras.
Pensemos numa reta:

M <-----------------------------------------------------> R

O "M" é o mestre e o "R" são as regras. Cada RPG (penso eu) ocupa um ponto nessa reta.
Alguns privilegiam o mestre e outros as regras. A situação que eu considero ideal é se
aproximar o máximo de "R" e assim, tirar o máximo de poder decisório do mestre.

Se você pensar bem, o que estou falando se aproxima muito de regimes politicos.
Nesse caso que proponho, quanto mais poder o mestre possuir, mais ditatorial é o RPG
e quanto mais poder as regras possuírem, mais democrático é o RPG.

Caraca Paulista. Eu nunca tinha percebido isso antes.

Foi massa a sua reflexão. Ela pode servir para alguém criar um estilo de jogo de RPG baseado em alguns fundamentos dos estados democráticos.

Valeu cara. Até mais.  Very Happy 
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Mensagem por Paulista Sáb Mar 08, 2014 11:08 pm

darlan.santana.08 escreveu:...............


Caraca Paulista. Eu nunca tinha percebido isso antes.

Foi massa a sua reflexão. Ela pode servir para alguém criar um estilo de jogo de RPG baseado em alguns fundamentos dos estados democráticos.

Valeu cara. Até mais.  Very Happy 

Então brother!!
Eu quis dizer que se todos fizessem as regras juntos e aceitassem o cumprimento delas,
seria um processo democrático. Independentemente do tema do RPG!

Se não existem regras e tudo se passa de acordo com a decisão do mestre
(por mais experiente e bem intencionado que ele seja) então trata-se de uma ditadura.
Eu acredito que mesmo um RPG com menos qualidade quando é feito por todos,
deve ser mais envolvente do que o melhor de todos os RPGs se é feito por um.
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