RPGBrasil.Org
Se Você não é Membro, Cadastra-se Agora é rapido e fácil.
Venha Participar do Melhor Forum de RPG voltado a um Cenário.

Participe do fórum, é rápido e fácil

RPGBrasil.Org
Se Você não é Membro, Cadastra-se Agora é rapido e fácil.
Venha Participar do Melhor Forum de RPG voltado a um Cenário.
RPGBrasil.Org
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Últimos assuntos
» Anijiö - Elfos Alados
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeTer Set 21, 2021 9:33 pm por draculino

» ANÕES DA SUPERFICIE
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeQui maio 06, 2021 10:08 pm por druidadp

» Armadura de Combate - Golias z36
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeQui Fev 18, 2021 3:48 pm por druidadp

» AVENTURA 04 - Eu, Golem - Parte 2
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeSeg Fev 08, 2021 9:26 pm por druidadp

» Sou novo no Fórum
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeSex Jan 08, 2021 8:12 pm por druidadp

» Pontos de ação em Magia - Machados e Martelos
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeSex Jan 08, 2021 8:11 pm por druidadp

» MESA DE ARTISTAS
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeSáb Jan 02, 2021 6:30 pm por druidadp

» MESAS DE JOGOS
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeSáb Jan 02, 2021 6:04 pm por druidadp

» PODCAST
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeSáb Jan 02, 2021 5:21 pm por druidadp

» MESA DE ARTISTAS
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeSáb Jan 02, 2021 5:01 pm por druidadp

» JOGOS INDIE
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeSáb Jan 02, 2021 4:35 pm por druidadp

» AVENTURA 04 - Eu, Golem - Parte 1
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeDom Dez 20, 2020 7:24 pm por druidadp

» Criaturas Planares
A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. I_icon_minitimeSex Dez 11, 2020 10:29 am por druidadp

Os membros mais ativos da semana
Nenhum usuário

Os membros mais ativos do mês
Nenhum usuário

Quem está conectado?
2 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 2 visitantes

Nenhum

[ Ver toda a lista ]


O recorde de usuários online foi de 162 em Sáb Fev 26, 2011 7:45 am
Entrar

Esqueci-me da senha

Visitas
Flag Counter

A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.

3 participantes

Ir para baixo

A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. Empty A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.

Mensagem por MilkShakespare Qui Nov 21, 2013 1:26 pm

Eis um apontamento inicial sobre a liberdade do narrador ao elaborar uma aventura.

Primeira Parte : Formação.
O narrador elabora a estória. Ele inicia o processo de formação dos personagens por determinações sociais. Por enquanto, neste estágio as decisões administrativas cabem ao narrador como poder coercitivo extra-pessoal que detém forças para impor normas e organização ao papel de cada personagem.

Aqui, o narrador têm a função operativa, isto é, tem interesse nas pretensões de cada jogador para dar início à realização do enredo, intervir nas ações e submete-la aos nexos necessários entre causa e efeito das intenções particulares concernentes à finalidade de cada personagem.

Dá-se início ao complexo de atividades a-narrativas e a-representativas, onde cada uma das partes não manifestam completa e imediatamente todas as suas qualidades e peculiaridades, suas características próprias e essenciais, seus desideratos... a fim de, posteriormente, permitir o surgimento das consequências e não estavam contidas em nenhuma das partes isoladas codeterminantes do todo da estória.

Entende-se que o narrador integra a estória; e dela é também um fenômeno extŕinseco, que não integra a estória. Integra a estória enquanto mediador das ações dos personagens de acordo com a necessidade de manutenção do poder da estória sobre os personagens. Não se integra à estória enquanto cada uma das escolhas feitas pelos jogadores se voltem contra os seus próprios personagens.

Assim, a soberania do mestre, sua força de coesão – liberal – está assegurada; mas não perfazem-na.

Prossigamos.

Se o direito de executar e promulgar as normas e decisões couber unicamente ao narrador sem que haja aprovação das mesmas pelos jogadores; e estas imposições forem absurdos praticados contra os personagens – pois sua distribuição implicaria em ordens e não em alternativas, às quais se deliberam o bom e mau termo da intencionalidade - tanto o narrador como os jogadores estão desapropriados da liberdade que permite a continuidade da estória. Pois ao impugnar-se lhes o direito de voluntariamente agir é eliminada automaticamente o direito de participação nas decisões circunstanciadas.

O propugno prioritário da defesa dos interesses dos jogadores em detrimento ao caráter associativo da estória-que-segue-para-um-fim, o narrador arruína todo o projeto que fomentara.

Pois o isolamento da autoridade que compete ao condutor da estória fará com que sua alienação redunde em concessão de sua soberania; desapropriar-se-lhe-á de qualquer forma de imposição de ordenanças, o que é um tipo de ostracismo. Extingue-se-lhe o caráter qualitativo que o superpõe à própria estória a fim de adequá-la apropriadamente.

O direito de governar cada personagem, ao ser transferido a outrem – o narrador – gera uma dissimilitude, pela qual, nem o narrador - tendo em seu poder o guiar a ações dos personagens, agora isentos do controle de seus jogadores – não mais retêm e observam em concordância com as coisas que passam pela imaginação de ambos. E, como não havendo nada de igual a observar em seus pensamentos, ou algo em que confidenciam entre si e resolvem por agir; nada havendo que distinguir e julgar por bem, sobretudo em momentos de relevância, onde importa muito a decisão dos jogadores para o desfecho da cena; não sendo predominante o juízo dos jogadores, é infundado o caráter de posse do domínio dos jogadores sobre os personagens. E a estória é uma mera leitura dum gênero literário qualquer.
Porque o valor do personagem é estipulado pelo jogador que o cria; como produto da estória o narrador o adquire, tendo em vista o valor que o jogador lhe atribui. E a cada nova sessão de jogo ele tende a encarecer.
MilkShakespare
MilkShakespare
Soldado

Soldado

Masculino
Número de Mensagens : 336
Idade : 36
Localização : Aqui mesmo.
Humor : Líquido
Desde quando você joga RPG? : Desde o primeiro dia.
Reputação : 9
Pontos : 4879
Data de inscrição : 01/12/2011

Ir para o topo Ir para baixo

A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. Empty A liberdade do Narrador e a livre-escolha.

Mensagem por draculino Sáb Out 11, 2014 8:50 am

MilkShakespare escreveu:Eis um apontamento inicial sobre a liberdade do narrador ao elaborar uma aventura.

Primeira Parte : Formação.
O narrador elabora a estória. Ele inicia o processo de formação dos personagens por determinações sociais. Por enquanto, neste estágio as decisões administrativas cabem ao narrador como poder coercitivo extra-pessoal que detém forças para impor normas e organização ao papel de cada personagem.

Aqui, o narrador têm a função operativa, isto é, tem interesse nas pretensões de cada jogador para dar início à realização do enredo, intervir nas ações e submete-la aos nexos necessários entre causa e efeito das intenções particulares concernentes à finalidade de cada personagem.

Dá-se início ao complexo de atividades a-narrativas e a-representativas, onde cada uma das partes não manifestam completa e imediatamente todas as suas qualidades e peculiaridades, suas características próprias e essenciais, seus desideratos... a fim de, posteriormente, permitir o surgimento das consequências e não estavam contidas em nenhuma das partes isoladas codeterminantes do todo da estória.

Entende-se que o narrador integra a estória; e dela é também um fenômeno extŕinseco, que não integra a estória. Integra a estória enquanto mediador das ações dos personagens de acordo com a necessidade de manutenção do poder da estória sobre os personagens. Não se integra à estória enquanto cada uma das escolhas feitas pelos jogadores se voltem contra os seus próprios personagens.

Assim, a soberania do mestre, sua força de coesão – liberal – está assegurada; mas não perfazem-na.

Prossigamos.

Se o direito de executar e promulgar as normas e decisões couber unicamente ao narrador sem que haja aprovação das mesmas pelos jogadores; e estas imposições forem absurdos praticados contra os personagens – pois sua distribuição implicaria em ordens e não em alternativas, às quais se deliberam o bom e mau termo da intencionalidade -  tanto o narrador como os jogadores estão desapropriados da liberdade que permite a continuidade da estória. Pois ao impugnar-se lhes o direito de voluntariamente agir é eliminada automaticamente o direito de participação nas decisões circunstanciadas.

O propugno prioritário da defesa dos interesses dos jogadores em detrimento ao caráter associativo da estória-que-segue-para-um-fim, o narrador arruína todo o projeto que fomentara.

Pois o isolamento da autoridade que compete ao condutor da estória fará com que sua alienação redunde em concessão de sua soberania; desapropriar-se-lhe-á de qualquer forma de imposição de ordenanças, o que é um tipo de ostracismo. Extingue-se-lhe o caráter qualitativo que o superpõe à própria estória a fim de adequá-la apropriadamente.

O direito de governar cada personagem, ao ser transferido a outrem – o narrador – gera uma dissimilitude, pela qual, nem o narrador - tendo em seu poder o guiar a ações dos personagens, agora isentos do controle de seus jogadores – não mais retêm e observam em concordância  com as coisas que passam pela imaginação de ambos. E, como não havendo nada de igual a observar em seus pensamentos, ou algo em que confidenciam entre si e resolvem por agir; nada havendo que distinguir e julgar por bem, sobretudo em momentos de relevância, onde importa muito a decisão dos jogadores para o desfecho da cena; não sendo predominante o juízo dos jogadores, é infundado o caráter de posse do domínio dos jogadores sobre os personagens. E a estória é uma mera leitura dum gênero literário qualquer.
Porque o valor do personagem é estipulado pelo jogador que o cria; como produto da estória o narrador o adquire, tendo em vista o valor que o jogador lhe atribui. E a cada nova sessão de jogo ele tende a encarecer.


Milk, tô com algumas dúvidas que gostaria de refletir junto contigo. Primeiro: Devemos abolir a propriedade privada dos personagens do Narrador e dos jogadores? Meu saudoso amigo e Mestre Boal respondia que sim. Ele criou um Sistema em todos os jogadores interpretavam todas as máscaras (personagens). Ele chamou seu Sistema de Curinga. E funcionou num período muito difícil para a arte de representar: o aparecimento de uma comunicação vertical (autoritária porque quer impor a ilusão como verdadeira). Daí surge a segunda dúvida: A liberdade de escolha é uma forma de representar o mundo? A verdadeira liberdade nasceria da representação de necessidade de solução mais ampla para os problemas da humanidade?

Eis duas dúvidas. Me despeço com um abraço. Draculino.
draculino
draculino
Aventureiro N. 4

Aventureiro N. 4

Masculino
Número de Mensagens : 275
Idade : 64
Localização : rio de janeiro rj brasil
Humor : palhaço
Desde quando você joga RPG? : Não lembro
Reputação : 3
Pontos : 4502
Data de inscrição : 25/06/2013

Ir para o topo Ir para baixo

A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. Empty Re: A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.

Mensagem por MilkShakespare Qui Jan 08, 2015 11:37 am

Draculino,

a abolição da escravatura foi o lance inicial para a formação do teatro como representação da liberdade. O conflito étnico teve seu fim no âmbito da burocracia, mas a personalidade do povo brasileiro ainda permanecia indiferente à justiça devida ao povo africano.
Não creio que a interpretação de servos possa ser de grande monta para a atualidade ( as organizações romperam com a tradição burguesa; no entanto, não romperam com a tradição formalista [não importa quem assuma o posto: a ele não é concedido o poder de alterar suas normas - não obstante sua competência possa otimizar a situação]).
Uma emancipação dos personagens? Mas é claro ! Os rumos da história podem ser alterados ou eles apenas realizam a concepção do homem?

O homem é o lobo do homem; mas os lobos não se devoram !
MilkShakespare
MilkShakespare
Soldado

Soldado

Masculino
Número de Mensagens : 336
Idade : 36
Localização : Aqui mesmo.
Humor : Líquido
Desde quando você joga RPG? : Desde o primeiro dia.
Reputação : 9
Pontos : 4879
Data de inscrição : 01/12/2011

Ir para o topo Ir para baixo

A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. Empty Re: A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.

Mensagem por draculino Dom Jan 11, 2015 5:08 pm

MilkShakespare escreveu:Draculino,

a abolição da escravatura foi o lance inicial para a formação do teatro como representação da liberdade. O conflito étnico teve seu fim no âmbito da burocracia, mas a personalidade do povo brasileiro ainda permanecia indiferente à justiça devida ao povo africano.
Não creio que a interpretação de servos possa ser de grande monta para a atualidade ( as organizações romperam com a tradição burguesa; no entanto, não romperam com a tradição formalista [não importa quem assuma o posto: a ele não é concedido o poder de alterar suas normas - não obstante sua competência possa otimizar a situação]).
Uma emancipação dos personagens? Mas é claro ! Os rumos da história podem ser alterados ou eles apenas realizam a concepção do homem?

O homem é o lobo do homem; mas os lobos não se devoram !

Lobo não come lobo. Concordou Draculino. Mas também aprendeu com Dante Moreira Leite que a sabedoria dos poderosos é jogar com a escassez (entre liberdade e necessidade os poderosos dos sistemas políticos de todas as épocas optaram pela miséria. Por exemplo, a lei de população do capitalismo inclui um exército industrial de reserva em todo o planeta que pode morrer de fome. Não faz falta pro sistema de exploração do trabalho a morte de negros, mulheres, crianças, ou outros "generos". A arte brasileira representou estes explorados através de seus mitos: Jesus Cristo, Che, Zumbi em A Idade da TErra (Bra, 1980). Draculino acreditou ser possível uma síntese entre esta perspectiva planetária e a análise de relações sociais. Esta lição Draculino aprendeu com Milk, na narrativa IPM 068. Grato. Fui
draculino
draculino
Aventureiro N. 4

Aventureiro N. 4

Masculino
Número de Mensagens : 275
Idade : 64
Localização : rio de janeiro rj brasil
Humor : palhaço
Desde quando você joga RPG? : Não lembro
Reputação : 3
Pontos : 4502
Data de inscrição : 25/06/2013

Ir para o topo Ir para baixo

A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. Empty Re: A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.

Mensagem por arthursilveirar Qua maio 27, 2020 2:18 pm

sinceramente...o conteúdo aqui é consideravelmente rico... mas a linguagem usada deixou muito a desejar pelo excesso de usos de gramática robusta e desnecessariamente complexas....
"de nada adianta todo o conhecimento de anos de estudo e prática se você não souber transmiti-lo através de uma linguagem simples que possa abranger aos menos letrados e mais humildes" ~autor desconhecido
draculino escreveu:
MilkShakespare escreveu:Eis um apontamento inicial sobre a liberdade do narrador ao elaborar uma aventura.

Primeira Parte : Formação.
O narrador elabora a estória. Ele inicia o processo de formação dos personagens por determinações sociais. Por enquanto, neste estágio as decisões administrativas cabem ao narrador como poder coercitivo extra-pessoal que detém forças para impor normas e organização ao papel de cada personagem.

Aqui, o narrador têm a função operativa, isto é, tem interesse nas pretensões de cada jogador para dar início à realização do enredo, intervir nas ações e submete-la aos nexos necessários entre causa e efeito das intenções particulares concernentes à finalidade de cada personagem.

Dá-se início ao complexo de atividades a-narrativas e a-representativas, onde cada uma das partes não manifestam completa e imediatamente todas as suas qualidades e peculiaridades, suas características próprias e essenciais, seus desideratos... a fim de, posteriormente, permitir o surgimento das consequências e não estavam contidas em nenhuma das partes isoladas codeterminantes do todo da estória.

Entende-se que o narrador integra a estória; e dela é também um fenômeno extŕinseco, que não integra a estória. Integra a estória enquanto mediador das ações dos personagens de acordo com a necessidade de manutenção do poder da estória sobre os personagens. Não se integra à estória enquanto cada uma das escolhas feitas pelos jogadores se voltem contra os seus próprios personagens.

Assim, a soberania do mestre, sua força de coesão – liberal – está assegurada; mas não perfazem-na.

Prossigamos.

Se o direito de executar e promulgar as normas e decisões couber unicamente ao narrador sem que haja aprovação das mesmas pelos jogadores; e estas imposições forem absurdos praticados contra os personagens – pois sua distribuição implicaria em ordens e não em alternativas, às quais se deliberam o bom e mau termo da intencionalidade -  tanto o narrador como os jogadores estão desapropriados da liberdade que permite a continuidade da estória. Pois ao impugnar-se lhes o direito de voluntariamente agir é eliminada automaticamente o direito de participação nas decisões circunstanciadas.

O propugno prioritário da defesa dos interesses dos jogadores em detrimento ao caráter associativo da estória-que-segue-para-um-fim, o narrador arruína todo o projeto que fomentara.

Pois o isolamento da autoridade que compete ao condutor da estória fará com que sua alienação redunde em concessão de sua soberania; desapropriar-se-lhe-á de qualquer forma de imposição de ordenanças, o que é um tipo de ostracismo. Extingue-se-lhe o caráter qualitativo que o superpõe à própria estória a fim de adequá-la apropriadamente.

O direito de governar cada personagem, ao ser transferido a outrem – o narrador – gera uma dissimilitude, pela qual, nem o narrador - tendo em seu poder o guiar a ações dos personagens, agora isentos do controle de seus jogadores – não mais retêm e observam em concordância  com as coisas que passam pela imaginação de ambos. E, como não havendo nada de igual a observar em seus pensamentos, ou algo em que confidenciam entre si e resolvem por agir; nada havendo que distinguir e julgar por bem, sobretudo em momentos de relevância, onde importa muito a decisão dos jogadores para o desfecho da cena; não sendo predominante o juízo dos jogadores, é infundado o caráter de posse do domínio dos jogadores sobre os personagens. E a estória é uma mera leitura dum gênero literário qualquer.
Porque o valor do personagem é estipulado pelo jogador que o cria; como produto da estória o narrador o adquire, tendo em vista o valor que o jogador lhe atribui. E a cada nova sessão de jogo ele tende a encarecer.


Milk, tô com algumas  dúvidas que gostaria de refletir junto contigo. Primeiro: Devemos abolir a propriedade privada dos personagens do Narrador e dos jogadores? Meu saudoso amigo e Mestre Boal respondia que sim. Ele criou um Sistema em todos os jogadores interpretavam todas as máscaras (personagens). Ele chamou seu Sistema de Curinga. E funcionou num período muito difícil para a arte de representar: o aparecimento de uma comunicação vertical (autoritária porque quer impor a ilusão como verdadeira). Daí surge a segunda dúvida: A liberdade de escolha é uma forma de representar o mundo? A verdadeira liberdade nasceria da representação de necessidade de solução mais ampla para os problemas da humanidade?

Eis duas dúvidas. Me despeço com um abraço. Draculino.
arthursilveirar
arthursilveirar
Camponês

Camponês

Masculino
Número de Mensagens : 3
Idade : 26
Localização : Brasília
Desde quando você joga RPG? : 2013
Reputação : 0
Pontos : 1405
Data de inscrição : 27/05/2020

Ir para o topo Ir para baixo

A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. Empty RE: A liberdade do narrador e a questão da livre-escolha

Mensagem por draculino Qua maio 27, 2020 4:39 pm

arthursilveirar escreveu:sinceramente...o conteúdo aqui é consideravelmente rico... mas a linguagem usada deixou muito a desejar pelo excesso de usos de gramática robusta e desnecessariamente complexas....
"de nada adianta todo o conhecimento de anos de estudo e prática se você não souber transmiti-lo através de uma linguagem simples que possa abranger aos menos letrados e mais humildes" ~autor desconhecido
draculino escreveu:
MilkShakespare escreveu:Eis um apontamento inicial sobre a liberdade do narrador ao elaborar uma aventura.

Primeira Parte : Formação.
O narrador elabora a estória. Ele inicia o processo de formação dos personagens por determinações sociais. Por enquanto, neste estágio as decisões administrativas cabem ao narrador como poder coercitivo extra-pessoal que detém forças para impor normas e organização ao papel de cada personagem.

Aqui, o narrador têm a função operativa, isto é, tem interesse nas pretensões de cada jogador para dar início à realização do enredo, intervir nas ações e submete-la aos nexos necessários entre causa e efeito das intenções particulares concernentes à finalidade de cada personagem.

Dá-se início ao complexo de atividades a-narrativas e a-representativas, onde cada uma das partes não manifestam completa e imediatamente todas as suas qualidades e peculiaridades, suas características próprias e essenciais, seus desideratos... a fim de, posteriormente, permitir o surgimento das consequências e não estavam contidas em nenhuma das partes isoladas codeterminantes do todo da estória.

Entende-se que o narrador integra a estória; e dela é também um fenômeno extŕinseco, que não integra a estória. Integra a estória enquanto mediador das ações dos personagens de acordo com a necessidade de manutenção do poder da estória sobre os personagens. Não se integra à estória enquanto cada uma das escolhas feitas pelos jogadores se voltem contra os seus próprios personagens.

Assim, a soberania do mestre, sua força de coesão – liberal – está assegurada; mas não perfazem-na.

Prossigamos.

Se o direito de executar e promulgar as normas e decisões couber unicamente ao narrador sem que haja aprovação das mesmas pelos jogadores; e estas imposições forem absurdos praticados contra os personagens – pois sua distribuição implicaria em ordens e não em alternativas, às quais se deliberam o bom e mau termo da intencionalidade -  tanto o narrador como os jogadores estão desapropriados da liberdade que permite a continuidade da estória. Pois ao impugnar-se lhes o direito de voluntariamente agir é eliminada automaticamente o direito de participação nas decisões circunstanciadas.

O propugno prioritário da defesa dos interesses dos jogadores em detrimento ao caráter associativo da estória-que-segue-para-um-fim, o narrador arruína todo o projeto que fomentara.

Pois o isolamento da autoridade que compete ao condutor da estória fará com que sua alienação redunde em concessão de sua soberania; desapropriar-se-lhe-á de qualquer forma de imposição de ordenanças, o que é um tipo de ostracismo. Extingue-se-lhe o caráter qualitativo que o superpõe à própria estória a fim de adequá-la apropriadamente.

O direito de governar cada personagem, ao ser transferido a outrem – o narrador – gera uma dissimilitude, pela qual, nem o narrador - tendo em seu poder o guiar a ações dos personagens, agora isentos do controle de seus jogadores – não mais retêm e observam em concordância  com as coisas que passam pela imaginação de ambos. E, como não havendo nada de igual a observar em seus pensamentos, ou algo em que confidenciam entre si e resolvem por agir; nada havendo que distinguir e julgar por bem, sobretudo em momentos de relevância, onde importa muito a decisão dos jogadores para o desfecho da cena; não sendo predominante o juízo dos jogadores, é infundado o caráter de posse do domínio dos jogadores sobre os personagens. E a estória é uma mera leitura dum gênero literário qualquer.
Porque o valor do personagem é estipulado pelo jogador que o cria; como produto da estória o narrador o adquire, tendo em vista o valor que o jogador lhe atribui. E a cada nova sessão de jogo ele tende a encarecer.


Milk, tô com algumas  dúvidas que gostaria de refletir junto contigo. Primeiro: Devemos abolir a propriedade privada dos personagens do Narrador e dos jogadores? Meu saudoso amigo e Mestre Boal respondia que sim. Ele criou um Sistema em todos os jogadores interpretavam todas as máscaras (personagens). Ele chamou seu Sistema de Curinga. E funcionou num período muito difícil para a arte de representar: o aparecimento de uma comunicação vertical (autoritária porque quer impor a ilusão como verdadeira). Daí surge a segunda dúvida: A liberdade de escolha é uma forma de representar o mundo? A verdadeira liberdade nasceria da representação de necessidade de solução mais ampla para os problemas da humanidade?

Eis duas dúvidas. Me despeço com um abraço. Draculino.

Draculino ainda não achou a linguagem povão. Enquanto isso a gente sofre, mas brinca. Compartilhou um texticulo (um texto enxuto sobre máscaras (personagens) e Sistema Curinga (de Augusto Boal):

Máscaras sociais e o sistema Curinga

Outra tentativa de Draculino

as aveturas de Escurinho no Reino do vai mas não torna

Foi pra conta!!!
draculino
draculino
Aventureiro N. 4

Aventureiro N. 4

Masculino
Número de Mensagens : 275
Idade : 64
Localização : rio de janeiro rj brasil
Humor : palhaço
Desde quando você joga RPG? : Não lembro
Reputação : 3
Pontos : 4502
Data de inscrição : 25/06/2013

Ir para o topo Ir para baixo

A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha. Empty Re: A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos