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A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.
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A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.
Eis um apontamento inicial sobre a liberdade do narrador ao elaborar uma aventura.
Primeira Parte : Formação.
O narrador elabora a estória. Ele inicia o processo de formação dos personagens por determinações sociais. Por enquanto, neste estágio as decisões administrativas cabem ao narrador como poder coercitivo extra-pessoal que detém forças para impor normas e organização ao papel de cada personagem.
Aqui, o narrador têm a função operativa, isto é, tem interesse nas pretensões de cada jogador para dar início à realização do enredo, intervir nas ações e submete-la aos nexos necessários entre causa e efeito das intenções particulares concernentes à finalidade de cada personagem.
Dá-se início ao complexo de atividades a-narrativas e a-representativas, onde cada uma das partes não manifestam completa e imediatamente todas as suas qualidades e peculiaridades, suas características próprias e essenciais, seus desideratos... a fim de, posteriormente, permitir o surgimento das consequências e não estavam contidas em nenhuma das partes isoladas codeterminantes do todo da estória.
Entende-se que o narrador integra a estória; e dela é também um fenômeno extŕinseco, que não integra a estória. Integra a estória enquanto mediador das ações dos personagens de acordo com a necessidade de manutenção do poder da estória sobre os personagens. Não se integra à estória enquanto cada uma das escolhas feitas pelos jogadores se voltem contra os seus próprios personagens.
Assim, a soberania do mestre, sua força de coesão – liberal – está assegurada; mas não perfazem-na.
Prossigamos.
Se o direito de executar e promulgar as normas e decisões couber unicamente ao narrador sem que haja aprovação das mesmas pelos jogadores; e estas imposições forem absurdos praticados contra os personagens – pois sua distribuição implicaria em ordens e não em alternativas, às quais se deliberam o bom e mau termo da intencionalidade - tanto o narrador como os jogadores estão desapropriados da liberdade que permite a continuidade da estória. Pois ao impugnar-se lhes o direito de voluntariamente agir é eliminada automaticamente o direito de participação nas decisões circunstanciadas.
O propugno prioritário da defesa dos interesses dos jogadores em detrimento ao caráter associativo da estória-que-segue-para-um-fim, o narrador arruína todo o projeto que fomentara.
Pois o isolamento da autoridade que compete ao condutor da estória fará com que sua alienação redunde em concessão de sua soberania; desapropriar-se-lhe-á de qualquer forma de imposição de ordenanças, o que é um tipo de ostracismo. Extingue-se-lhe o caráter qualitativo que o superpõe à própria estória a fim de adequá-la apropriadamente.
O direito de governar cada personagem, ao ser transferido a outrem – o narrador – gera uma dissimilitude, pela qual, nem o narrador - tendo em seu poder o guiar a ações dos personagens, agora isentos do controle de seus jogadores – não mais retêm e observam em concordância com as coisas que passam pela imaginação de ambos. E, como não havendo nada de igual a observar em seus pensamentos, ou algo em que confidenciam entre si e resolvem por agir; nada havendo que distinguir e julgar por bem, sobretudo em momentos de relevância, onde importa muito a decisão dos jogadores para o desfecho da cena; não sendo predominante o juízo dos jogadores, é infundado o caráter de posse do domínio dos jogadores sobre os personagens. E a estória é uma mera leitura dum gênero literário qualquer.
Porque o valor do personagem é estipulado pelo jogador que o cria; como produto da estória o narrador o adquire, tendo em vista o valor que o jogador lhe atribui. E a cada nova sessão de jogo ele tende a encarecer.
Primeira Parte : Formação.
O narrador elabora a estória. Ele inicia o processo de formação dos personagens por determinações sociais. Por enquanto, neste estágio as decisões administrativas cabem ao narrador como poder coercitivo extra-pessoal que detém forças para impor normas e organização ao papel de cada personagem.
Aqui, o narrador têm a função operativa, isto é, tem interesse nas pretensões de cada jogador para dar início à realização do enredo, intervir nas ações e submete-la aos nexos necessários entre causa e efeito das intenções particulares concernentes à finalidade de cada personagem.
Dá-se início ao complexo de atividades a-narrativas e a-representativas, onde cada uma das partes não manifestam completa e imediatamente todas as suas qualidades e peculiaridades, suas características próprias e essenciais, seus desideratos... a fim de, posteriormente, permitir o surgimento das consequências e não estavam contidas em nenhuma das partes isoladas codeterminantes do todo da estória.
Entende-se que o narrador integra a estória; e dela é também um fenômeno extŕinseco, que não integra a estória. Integra a estória enquanto mediador das ações dos personagens de acordo com a necessidade de manutenção do poder da estória sobre os personagens. Não se integra à estória enquanto cada uma das escolhas feitas pelos jogadores se voltem contra os seus próprios personagens.
Assim, a soberania do mestre, sua força de coesão – liberal – está assegurada; mas não perfazem-na.
Prossigamos.
Se o direito de executar e promulgar as normas e decisões couber unicamente ao narrador sem que haja aprovação das mesmas pelos jogadores; e estas imposições forem absurdos praticados contra os personagens – pois sua distribuição implicaria em ordens e não em alternativas, às quais se deliberam o bom e mau termo da intencionalidade - tanto o narrador como os jogadores estão desapropriados da liberdade que permite a continuidade da estória. Pois ao impugnar-se lhes o direito de voluntariamente agir é eliminada automaticamente o direito de participação nas decisões circunstanciadas.
O propugno prioritário da defesa dos interesses dos jogadores em detrimento ao caráter associativo da estória-que-segue-para-um-fim, o narrador arruína todo o projeto que fomentara.
Pois o isolamento da autoridade que compete ao condutor da estória fará com que sua alienação redunde em concessão de sua soberania; desapropriar-se-lhe-á de qualquer forma de imposição de ordenanças, o que é um tipo de ostracismo. Extingue-se-lhe o caráter qualitativo que o superpõe à própria estória a fim de adequá-la apropriadamente.
O direito de governar cada personagem, ao ser transferido a outrem – o narrador – gera uma dissimilitude, pela qual, nem o narrador - tendo em seu poder o guiar a ações dos personagens, agora isentos do controle de seus jogadores – não mais retêm e observam em concordância com as coisas que passam pela imaginação de ambos. E, como não havendo nada de igual a observar em seus pensamentos, ou algo em que confidenciam entre si e resolvem por agir; nada havendo que distinguir e julgar por bem, sobretudo em momentos de relevância, onde importa muito a decisão dos jogadores para o desfecho da cena; não sendo predominante o juízo dos jogadores, é infundado o caráter de posse do domínio dos jogadores sobre os personagens. E a estória é uma mera leitura dum gênero literário qualquer.
Porque o valor do personagem é estipulado pelo jogador que o cria; como produto da estória o narrador o adquire, tendo em vista o valor que o jogador lhe atribui. E a cada nova sessão de jogo ele tende a encarecer.
MilkShakespareSoldado -
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A liberdade do Narrador e a livre-escolha.
MilkShakespare escreveu:Eis um apontamento inicial sobre a liberdade do narrador ao elaborar uma aventura.
Primeira Parte : Formação.
O narrador elabora a estória. Ele inicia o processo de formação dos personagens por determinações sociais. Por enquanto, neste estágio as decisões administrativas cabem ao narrador como poder coercitivo extra-pessoal que detém forças para impor normas e organização ao papel de cada personagem.
Aqui, o narrador têm a função operativa, isto é, tem interesse nas pretensões de cada jogador para dar início à realização do enredo, intervir nas ações e submete-la aos nexos necessários entre causa e efeito das intenções particulares concernentes à finalidade de cada personagem.
Dá-se início ao complexo de atividades a-narrativas e a-representativas, onde cada uma das partes não manifestam completa e imediatamente todas as suas qualidades e peculiaridades, suas características próprias e essenciais, seus desideratos... a fim de, posteriormente, permitir o surgimento das consequências e não estavam contidas em nenhuma das partes isoladas codeterminantes do todo da estória.
Entende-se que o narrador integra a estória; e dela é também um fenômeno extŕinseco, que não integra a estória. Integra a estória enquanto mediador das ações dos personagens de acordo com a necessidade de manutenção do poder da estória sobre os personagens. Não se integra à estória enquanto cada uma das escolhas feitas pelos jogadores se voltem contra os seus próprios personagens.
Assim, a soberania do mestre, sua força de coesão – liberal – está assegurada; mas não perfazem-na.
Prossigamos.
Se o direito de executar e promulgar as normas e decisões couber unicamente ao narrador sem que haja aprovação das mesmas pelos jogadores; e estas imposições forem absurdos praticados contra os personagens – pois sua distribuição implicaria em ordens e não em alternativas, às quais se deliberam o bom e mau termo da intencionalidade - tanto o narrador como os jogadores estão desapropriados da liberdade que permite a continuidade da estória. Pois ao impugnar-se lhes o direito de voluntariamente agir é eliminada automaticamente o direito de participação nas decisões circunstanciadas.
O propugno prioritário da defesa dos interesses dos jogadores em detrimento ao caráter associativo da estória-que-segue-para-um-fim, o narrador arruína todo o projeto que fomentara.
Pois o isolamento da autoridade que compete ao condutor da estória fará com que sua alienação redunde em concessão de sua soberania; desapropriar-se-lhe-á de qualquer forma de imposição de ordenanças, o que é um tipo de ostracismo. Extingue-se-lhe o caráter qualitativo que o superpõe à própria estória a fim de adequá-la apropriadamente.
O direito de governar cada personagem, ao ser transferido a outrem – o narrador – gera uma dissimilitude, pela qual, nem o narrador - tendo em seu poder o guiar a ações dos personagens, agora isentos do controle de seus jogadores – não mais retêm e observam em concordância com as coisas que passam pela imaginação de ambos. E, como não havendo nada de igual a observar em seus pensamentos, ou algo em que confidenciam entre si e resolvem por agir; nada havendo que distinguir e julgar por bem, sobretudo em momentos de relevância, onde importa muito a decisão dos jogadores para o desfecho da cena; não sendo predominante o juízo dos jogadores, é infundado o caráter de posse do domínio dos jogadores sobre os personagens. E a estória é uma mera leitura dum gênero literário qualquer.
Porque o valor do personagem é estipulado pelo jogador que o cria; como produto da estória o narrador o adquire, tendo em vista o valor que o jogador lhe atribui. E a cada nova sessão de jogo ele tende a encarecer.
Milk, tô com algumas dúvidas que gostaria de refletir junto contigo. Primeiro: Devemos abolir a propriedade privada dos personagens do Narrador e dos jogadores? Meu saudoso amigo e Mestre Boal respondia que sim. Ele criou um Sistema em todos os jogadores interpretavam todas as máscaras (personagens). Ele chamou seu Sistema de Curinga. E funcionou num período muito difícil para a arte de representar: o aparecimento de uma comunicação vertical (autoritária porque quer impor a ilusão como verdadeira). Daí surge a segunda dúvida: A liberdade de escolha é uma forma de representar o mundo? A verdadeira liberdade nasceria da representação de necessidade de solução mais ampla para os problemas da humanidade?
Eis duas dúvidas. Me despeço com um abraço. Draculino.
draculinoAventureiro N. 4 -
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Re: A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.
Draculino,
a abolição da escravatura foi o lance inicial para a formação do teatro como representação da liberdade. O conflito étnico teve seu fim no âmbito da burocracia, mas a personalidade do povo brasileiro ainda permanecia indiferente à justiça devida ao povo africano.
Não creio que a interpretação de servos possa ser de grande monta para a atualidade ( as organizações romperam com a tradição burguesa; no entanto, não romperam com a tradição formalista [não importa quem assuma o posto: a ele não é concedido o poder de alterar suas normas - não obstante sua competência possa otimizar a situação]).
Uma emancipação dos personagens? Mas é claro ! Os rumos da história podem ser alterados ou eles apenas realizam a concepção do homem?
O homem é o lobo do homem; mas os lobos não se devoram !
a abolição da escravatura foi o lance inicial para a formação do teatro como representação da liberdade. O conflito étnico teve seu fim no âmbito da burocracia, mas a personalidade do povo brasileiro ainda permanecia indiferente à justiça devida ao povo africano.
Não creio que a interpretação de servos possa ser de grande monta para a atualidade ( as organizações romperam com a tradição burguesa; no entanto, não romperam com a tradição formalista [não importa quem assuma o posto: a ele não é concedido o poder de alterar suas normas - não obstante sua competência possa otimizar a situação]).
Uma emancipação dos personagens? Mas é claro ! Os rumos da história podem ser alterados ou eles apenas realizam a concepção do homem?
O homem é o lobo do homem; mas os lobos não se devoram !
MilkShakespareSoldado -
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Re: A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.
MilkShakespare escreveu:Draculino,
a abolição da escravatura foi o lance inicial para a formação do teatro como representação da liberdade. O conflito étnico teve seu fim no âmbito da burocracia, mas a personalidade do povo brasileiro ainda permanecia indiferente à justiça devida ao povo africano.
Não creio que a interpretação de servos possa ser de grande monta para a atualidade ( as organizações romperam com a tradição burguesa; no entanto, não romperam com a tradição formalista [não importa quem assuma o posto: a ele não é concedido o poder de alterar suas normas - não obstante sua competência possa otimizar a situação]).
Uma emancipação dos personagens? Mas é claro ! Os rumos da história podem ser alterados ou eles apenas realizam a concepção do homem?
O homem é o lobo do homem; mas os lobos não se devoram !
Lobo não come lobo. Concordou Draculino. Mas também aprendeu com Dante Moreira Leite que a sabedoria dos poderosos é jogar com a escassez (entre liberdade e necessidade os poderosos dos sistemas políticos de todas as épocas optaram pela miséria. Por exemplo, a lei de população do capitalismo inclui um exército industrial de reserva em todo o planeta que pode morrer de fome. Não faz falta pro sistema de exploração do trabalho a morte de negros, mulheres, crianças, ou outros "generos". A arte brasileira representou estes explorados através de seus mitos: Jesus Cristo, Che, Zumbi em A Idade da TErra (Bra, 1980). Draculino acreditou ser possível uma síntese entre esta perspectiva planetária e a análise de relações sociais. Esta lição Draculino aprendeu com Milk, na narrativa IPM 068. Grato. Fui
draculinoAventureiro N. 4 -
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Re: A liberdade do Narrador e a questão da livre-escolha.
sinceramente...o conteúdo aqui é consideravelmente rico... mas a linguagem usada deixou muito a desejar pelo excesso de usos de gramática robusta e desnecessariamente complexas....
"de nada adianta todo o conhecimento de anos de estudo e prática se você não souber transmiti-lo através de uma linguagem simples que possa abranger aos menos letrados e mais humildes" ~autor desconhecido
"de nada adianta todo o conhecimento de anos de estudo e prática se você não souber transmiti-lo através de uma linguagem simples que possa abranger aos menos letrados e mais humildes" ~autor desconhecido
draculino escreveu:MilkShakespare escreveu:Eis um apontamento inicial sobre a liberdade do narrador ao elaborar uma aventura.
Primeira Parte : Formação.
O narrador elabora a estória. Ele inicia o processo de formação dos personagens por determinações sociais. Por enquanto, neste estágio as decisões administrativas cabem ao narrador como poder coercitivo extra-pessoal que detém forças para impor normas e organização ao papel de cada personagem.
Aqui, o narrador têm a função operativa, isto é, tem interesse nas pretensões de cada jogador para dar início à realização do enredo, intervir nas ações e submete-la aos nexos necessários entre causa e efeito das intenções particulares concernentes à finalidade de cada personagem.
Dá-se início ao complexo de atividades a-narrativas e a-representativas, onde cada uma das partes não manifestam completa e imediatamente todas as suas qualidades e peculiaridades, suas características próprias e essenciais, seus desideratos... a fim de, posteriormente, permitir o surgimento das consequências e não estavam contidas em nenhuma das partes isoladas codeterminantes do todo da estória.
Entende-se que o narrador integra a estória; e dela é também um fenômeno extŕinseco, que não integra a estória. Integra a estória enquanto mediador das ações dos personagens de acordo com a necessidade de manutenção do poder da estória sobre os personagens. Não se integra à estória enquanto cada uma das escolhas feitas pelos jogadores se voltem contra os seus próprios personagens.
Assim, a soberania do mestre, sua força de coesão – liberal – está assegurada; mas não perfazem-na.
Prossigamos.
Se o direito de executar e promulgar as normas e decisões couber unicamente ao narrador sem que haja aprovação das mesmas pelos jogadores; e estas imposições forem absurdos praticados contra os personagens – pois sua distribuição implicaria em ordens e não em alternativas, às quais se deliberam o bom e mau termo da intencionalidade - tanto o narrador como os jogadores estão desapropriados da liberdade que permite a continuidade da estória. Pois ao impugnar-se lhes o direito de voluntariamente agir é eliminada automaticamente o direito de participação nas decisões circunstanciadas.
O propugno prioritário da defesa dos interesses dos jogadores em detrimento ao caráter associativo da estória-que-segue-para-um-fim, o narrador arruína todo o projeto que fomentara.
Pois o isolamento da autoridade que compete ao condutor da estória fará com que sua alienação redunde em concessão de sua soberania; desapropriar-se-lhe-á de qualquer forma de imposição de ordenanças, o que é um tipo de ostracismo. Extingue-se-lhe o caráter qualitativo que o superpõe à própria estória a fim de adequá-la apropriadamente.
O direito de governar cada personagem, ao ser transferido a outrem – o narrador – gera uma dissimilitude, pela qual, nem o narrador - tendo em seu poder o guiar a ações dos personagens, agora isentos do controle de seus jogadores – não mais retêm e observam em concordância com as coisas que passam pela imaginação de ambos. E, como não havendo nada de igual a observar em seus pensamentos, ou algo em que confidenciam entre si e resolvem por agir; nada havendo que distinguir e julgar por bem, sobretudo em momentos de relevância, onde importa muito a decisão dos jogadores para o desfecho da cena; não sendo predominante o juízo dos jogadores, é infundado o caráter de posse do domínio dos jogadores sobre os personagens. E a estória é uma mera leitura dum gênero literário qualquer.
Porque o valor do personagem é estipulado pelo jogador que o cria; como produto da estória o narrador o adquire, tendo em vista o valor que o jogador lhe atribui. E a cada nova sessão de jogo ele tende a encarecer.
Milk, tô com algumas dúvidas que gostaria de refletir junto contigo. Primeiro: Devemos abolir a propriedade privada dos personagens do Narrador e dos jogadores? Meu saudoso amigo e Mestre Boal respondia que sim. Ele criou um Sistema em todos os jogadores interpretavam todas as máscaras (personagens). Ele chamou seu Sistema de Curinga. E funcionou num período muito difícil para a arte de representar: o aparecimento de uma comunicação vertical (autoritária porque quer impor a ilusão como verdadeira). Daí surge a segunda dúvida: A liberdade de escolha é uma forma de representar o mundo? A verdadeira liberdade nasceria da representação de necessidade de solução mais ampla para os problemas da humanidade?
Eis duas dúvidas. Me despeço com um abraço. Draculino.
arthursilveirarCamponês -
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RE: A liberdade do narrador e a questão da livre-escolha
arthursilveirar escreveu:sinceramente...o conteúdo aqui é consideravelmente rico... mas a linguagem usada deixou muito a desejar pelo excesso de usos de gramática robusta e desnecessariamente complexas....
"de nada adianta todo o conhecimento de anos de estudo e prática se você não souber transmiti-lo através de uma linguagem simples que possa abranger aos menos letrados e mais humildes" ~autor desconhecidodraculino escreveu:MilkShakespare escreveu:Eis um apontamento inicial sobre a liberdade do narrador ao elaborar uma aventura.
Primeira Parte : Formação.
O narrador elabora a estória. Ele inicia o processo de formação dos personagens por determinações sociais. Por enquanto, neste estágio as decisões administrativas cabem ao narrador como poder coercitivo extra-pessoal que detém forças para impor normas e organização ao papel de cada personagem.
Aqui, o narrador têm a função operativa, isto é, tem interesse nas pretensões de cada jogador para dar início à realização do enredo, intervir nas ações e submete-la aos nexos necessários entre causa e efeito das intenções particulares concernentes à finalidade de cada personagem.
Dá-se início ao complexo de atividades a-narrativas e a-representativas, onde cada uma das partes não manifestam completa e imediatamente todas as suas qualidades e peculiaridades, suas características próprias e essenciais, seus desideratos... a fim de, posteriormente, permitir o surgimento das consequências e não estavam contidas em nenhuma das partes isoladas codeterminantes do todo da estória.
Entende-se que o narrador integra a estória; e dela é também um fenômeno extŕinseco, que não integra a estória. Integra a estória enquanto mediador das ações dos personagens de acordo com a necessidade de manutenção do poder da estória sobre os personagens. Não se integra à estória enquanto cada uma das escolhas feitas pelos jogadores se voltem contra os seus próprios personagens.
Assim, a soberania do mestre, sua força de coesão – liberal – está assegurada; mas não perfazem-na.
Prossigamos.
Se o direito de executar e promulgar as normas e decisões couber unicamente ao narrador sem que haja aprovação das mesmas pelos jogadores; e estas imposições forem absurdos praticados contra os personagens – pois sua distribuição implicaria em ordens e não em alternativas, às quais se deliberam o bom e mau termo da intencionalidade - tanto o narrador como os jogadores estão desapropriados da liberdade que permite a continuidade da estória. Pois ao impugnar-se lhes o direito de voluntariamente agir é eliminada automaticamente o direito de participação nas decisões circunstanciadas.
O propugno prioritário da defesa dos interesses dos jogadores em detrimento ao caráter associativo da estória-que-segue-para-um-fim, o narrador arruína todo o projeto que fomentara.
Pois o isolamento da autoridade que compete ao condutor da estória fará com que sua alienação redunde em concessão de sua soberania; desapropriar-se-lhe-á de qualquer forma de imposição de ordenanças, o que é um tipo de ostracismo. Extingue-se-lhe o caráter qualitativo que o superpõe à própria estória a fim de adequá-la apropriadamente.
O direito de governar cada personagem, ao ser transferido a outrem – o narrador – gera uma dissimilitude, pela qual, nem o narrador - tendo em seu poder o guiar a ações dos personagens, agora isentos do controle de seus jogadores – não mais retêm e observam em concordância com as coisas que passam pela imaginação de ambos. E, como não havendo nada de igual a observar em seus pensamentos, ou algo em que confidenciam entre si e resolvem por agir; nada havendo que distinguir e julgar por bem, sobretudo em momentos de relevância, onde importa muito a decisão dos jogadores para o desfecho da cena; não sendo predominante o juízo dos jogadores, é infundado o caráter de posse do domínio dos jogadores sobre os personagens. E a estória é uma mera leitura dum gênero literário qualquer.
Porque o valor do personagem é estipulado pelo jogador que o cria; como produto da estória o narrador o adquire, tendo em vista o valor que o jogador lhe atribui. E a cada nova sessão de jogo ele tende a encarecer.
Milk, tô com algumas dúvidas que gostaria de refletir junto contigo. Primeiro: Devemos abolir a propriedade privada dos personagens do Narrador e dos jogadores? Meu saudoso amigo e Mestre Boal respondia que sim. Ele criou um Sistema em todos os jogadores interpretavam todas as máscaras (personagens). Ele chamou seu Sistema de Curinga. E funcionou num período muito difícil para a arte de representar: o aparecimento de uma comunicação vertical (autoritária porque quer impor a ilusão como verdadeira). Daí surge a segunda dúvida: A liberdade de escolha é uma forma de representar o mundo? A verdadeira liberdade nasceria da representação de necessidade de solução mais ampla para os problemas da humanidade?
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Draculino ainda não achou a linguagem povão. Enquanto isso a gente sofre, mas brinca. Compartilhou um texticulo (um texto enxuto sobre máscaras (personagens) e Sistema Curinga (de Augusto Boal):
Máscaras sociais e o sistema Curinga
Outra tentativa de Draculino
as aveturas de Escurinho no Reino do vai mas não torna
Foi pra conta!!!
draculinoAventureiro N. 4 -
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