Personagens de Shakespeare para o saúde mental

Draculino ouviu as inquietações sobre a violência no mundo contemporâneo. Shakespeare contribuiu notavelmente para o esboço dessa violência. Ricardo III é talvez a personagem mais particular no quesito ética individualista. Esta personagem carrega a compreensão de Shakespeare sobre o maquiavelismo na ciência política: a virtú [virtude] se assenta em conhecer as necessidades individuais ("eu quero, eu posso" basta conhecer a minha fortuna, isto é, o momento certo de agir) sem qualquer concessáo à ética (uso esta expressão tomada do grego Aristóteles. Em Roma se usava a palavra moral de etimologia em mores [costumes]. A ética individualista rompe com a tradição. Não é casual que no plano do conhecimento este conflito se exprima na crise dos universais e do nominalismo no final da Idade Média. Passando para outro autor que registra este momento em peça, isto é, Gil Vicente, em TODOMUNDO E NINGUÉM, notamos o universal (TODOMUNDO) e individual (NINGUÉM) em oposição, ainda não aparecem dentro de um novo sistema de mundo como o Ricardo III de Shakespeare, mas na nobreza de berço do sistema feudal). Pela brevidade do vídeo da Peça de Gil Vicente talvez contribua para a compreensão).

Auto da Lusitânia


Ab
Draculino