Aristóteles superou seu mestre Platão?

Draculino lembrou que a humanidade (o universal), o contexto social, e o indivíduo na sociedade fragmentada apresenta a seguinte dificuldade: como superar e harmonizar os três níveis citados. Para Aristóteles o mundo das Idéias Platônicas se encontra superado, mas imerso nas coisas, como forma que especifica a matéria. Em outras palavras, será a humanidade inimiga da individualidade mais rica? Ou por outra: só rompendo com a humanidade é que a individualidade se afirma?




Em sua Poética afirma Aristóteles que a potência de cada espécie de arte está no construir a fábula (mito, em grego). Será mesmo? Quem não ouviu falar do mito de Atlântida de Platão? O que diferencia Aristóteles de Platão? A pergunta que relaciona e supera humanidade (universal), contexto social (particular), e indivíduo (singular) aparece fragmentada em Aristóteles. Para o filososfo estagirita, a função educadora, de respeitar a lei (norma) é o seu principal objetivo.

Na série Batman Arkhain (Batman, o cavaleiro das Trevas), esta contradição entre humanidade, contexto social, e indivíduo aparece romantizada como jornada heróica de Bruce Wayne, alias Batman, que nas condições de usurpada a liberdade (pelos vilões), afirma sua independência e autonomia forjando a lei (norma) nas condições mais adversas. Mas Bruce WAyne é dono de praticamente tudo em Gotham. Batman seria um mascaramento deste contexto social?

A cultura da imagem substituiu a cultura da imaginação. Sentar-se à roda de companheiros e contar histórias remete aos antepassados, que, após um dia de labuta, comunicavam suas queixas e amenidades. Havia uma cultura oral forte, onde a narração é o meio de comunicar-se. Remete mesmo aos nossos avós, não sendo necessário ir tão longe no tempo.
Os bardos morreram. Foram para longe de nós. Ainda restam alguns poucos, mas mesmo estes estão desencantados com o mundo. Seu meio de vida está sucumbindo, porque o mundo deixou de ouvir, de refletir-se nos mitos, para apenas ver; um mundo de iletrados, onde o que cada um contém em si conta o significado da imagem, que possui muitos significados, sem ser significativo.
Como confrontar a magia de um "Dark Souls", de um "Dragon Age" com a simples imaginação?
É difícil reproduzir a emoção de um jogo de videogame na mesa de RPG. A quantidade de imagens maravilhosas sucedendo-se na tela, a oportunidade de ver ali o seu herói, deslumbra mais facilmente e mais intensamente qualquer jogo apenas imaginado... pelo menos nestes tempos de informação basta.
O imaginário permeado pela ficção racional superou o imaginário formado pela ficção mítica? Quero dizer, há ainda algum significado em reunir-se com os amigos e contar histórias de um mundo fantástico, que traduz o desconhecido em cada um de nós?
Estamos perdendo a relação simbólica com a humanidade pela aquisição simbólica da individualidade enquanto símbolos de nós mesmos?
A vida, enquanto dependente do objeto, ao perder o objeto como referência, perde também o significado de sua realidade.
Há uma cultura da simulação modeladora de padrões aos quais nos enquadramos e que fora dela não há nada além de um vasto vazio.

MilkShakespare escreveu: A cultura da imagem substituiu a cultura da imaginação. Sentar-se à roda de companheiros e contar histórias remete aos antepassados, que, após um dia de labuta, comunicavam suas queixas e amenidades. Havia uma cultura oral forte, onde a narração é o meio de comunicar-se. Remete mesmo aos nossos avós, não sendo necessário ir tão longe no tempo. (...)
Há uma cultura da simulação modeladora de padrões aos quais nos enquadramos e que fora dela não há nada além de um vasto vazio.

Draculino entendeu que pela tua resposta Milk, é preciso investigar a cultura das imagens ( Adorno chamava de Indústria cultural: cinema, rádio e televisão). Concordou Draculino. Mas como tu também expressaste a arte narrativa está incluída no Teatro Dialético (pensou Draculino) onde o épico é uma investigação narrativa dos conflitos sociais.

Um forte abraço!!!!